Pneumonia

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Texto escrito por Danni Wanderson


PNEUMONIA


Pneumonia é um processo inflamatório/infeccioso da parte distal do pulmão, envolvendo vias áreas, espaço alveolar e interstício, que pode ser causada por várias espécies bacterianas, vírus, fungos e parasitos. Assim, a pneumonia não é uma doença única, mas, um grupo de infecções específicas, cada qual com epidemiologia, patogenia, apresentação clínica e evolução distinta.

Tabela de conteúdo

Mecanismo da Infecção

As pneumonias ocorrem quando os mecanismos de defesa do paciente ao nível do trato respiratório superior, traquéia, brônquios ou alvéolos falham. Assim alterações no aparelho mucociliar ou da resposta imunológica favorecem a entrada do patógeno no pulmão, induzindo uma resposta inflamatória/ infecciosa que localmente caracteriza-se por vasodilatação e acentuada exsudação seguida de progressiva infiltração celular, especialmente neutrófilos, resultando em consolidação do parênquima pulmonar podendo haver ou não necrose. O processo inflamatório também produz manifestações sistêmicas, tais como febre, adinamia e leucocitose. Os microorganismos alcançam o pulmão pelas seguintes rotas:

a) Inalação de aerossóis infecciosos – partículas de até cinco micra de diâmetro que ficam suspensas na atmosfera.

b) Aspiração de microorganismos que colonizam a orofaringe, que pode ser de pequena quantidade de material (micro aspiração) ou de material mais volumoso (macro aspiração). A primeira é a mais freqüente de todas as rotas e tem como exemplo: S pneumoniae, H influenzae, M catarrhalis. A segunda, embora menos freqüente, é a mais reconhecida como pneumonia “aspirativa” tendo como agentes causais mais freqüentes os aneróbios e os Gram-negativos.

c) Disseminação hematogênica a partir de foco infeccioso extra-pulmonar. (O exemplo clássico é a pneumonia Estafilocóccica).

d) Inoculação direta do material infeccioso carreado por equipamentos, como cânulas de intubação e sondas de aspiração.

Classificação

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) - a expressão clínica tem início fora do ambiente hospitalar ou até 48-72 horas após a admissão.

Pneumonia nosocomial (PN) ou institucional - a expressão clínica tem início 48-72 horas ou mais após a admissão hospitalar. O patógeno foi supostamente adquirido no ambiente hospitalar. A PN pode ser categorizada em precoce quando tem início antes do quinto dia da admissão ou tardia quando tem início após este período.

Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) – a expressão clínica tem início em paciente submetido à ventilação mecânica invasiva.

Etiologia

Patógenos mais comuns em PAC - S. pneumoniae , M. pneumoniae , C. pneumoniae, Vírus respiratórios, H. influenzae, Legionella spp, Bacilos GRAM-negativos, S. aureus.

Patógenos mais comuns em PN - P aeruginosa, S áureus, Acinetobacter spp,Klebsiella spp

Diagnóstico Clínico

Considera-se pneumonia em paciente com evidência radiológica de pneumonia, com pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: tosse, dor pleurítica, febre>38ºC, escarro purulento, freqüência respiratória>25 irpm ou ausculta pulmonar compatível (estertores, roncos ou macicez à percussão do tórax). A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) pode ser sub-classificada, de acordo com a gravidade da apresentação clínica, em:

• Sem indicação de internação;

• Com indicação de internação, mas não em UTI;

• Com indicação de UTI.

Pneumonia adquirida em ambiente hospitalar pode ser sub-classificada, de acordo com o tempo de permanência hospitalar, em:

• Precoce (até 5 dias de internação);

• Tardia (mais de 5 dias de internação).

Diagnóstico Laboratorial

RADIOGRAFIA DE TÓRAX: o diagnóstico de pneumonia exige uma comprovação radiológica, no sentido de diferenciá-la de outros quadros infecciosos do trato respiratório inferior e superior, tais como bronquites agudas e sinusites agudas, nas quais os sintomas podem ser semelhantes, porém com radiografia de tórax normal. Estes últimos casos apresentam um menor potencial de gravidade do que aqueles associado às pneumonias. A radiografia, caso positiva, define ainda a extensão do processo, que se correlaciona com a gravidade do quadro. Uma radiografia de tórax alterada pode ainda: sugerir outras possibilidades, como tuberculose; identificar condições associadas como tumorações ou alargamentos hilares ou mediastinais, que por obstrução ou compressão brônquica podem levar à infecção pulmonar; verificar a ocorrência de complicações como derrame pleural.

ESCARRO: sempre que possível, solicitar bacterioscopia e cultura de escarro. A concordância da bacterioscopia com a cultura tem um alto valor preditivo.

HEMOCULTURA: coletar dos pacientes com indicação de internação duas amostras de sangue para cultura de aeróbios, antes do início da antibioticoterapia.

SOROLOGIA: quando disponível, solicitar sorologia para Chlamydia, Legionella, Mycoplasma e vírus respiratórios. Coletar uma amostra no momento da internação e outra amostra entre 4 a 8 semanas, a fim de se avaliar a soroconversão. Pesquisa de antígeno urinário para Legionella pneumophila, toracocentese (na presença de derrame pleural), cultura quantitativa de aspirado traqueobrônquico (>105 UFC/ml), escovado brônquico com cateter protegido (>103 UFC/ml) ou lavado bronco-alveolar (>104 UFC/ml) serão solicitados a critério do médico assistente, quando disponíveis.


Fontes:

Consenso Brasileiro de Pneumonias em Indivíduos Imunocompetentes, SBPT, 2001, Coord. : SILVA, J.L.P.; Editores Pereira, C.A.C. et. Al., Jornal de Pneumologia, vol 27, supl.1, abril 2001.

Diretriz para pneumonias Adquiridas na Comunidade (PAC) em Adultos Inunocompetentes, SBPT, 2004, Editores PEREIRA, C. A C. et. Al., Jornal de Pneumologia, vol 30, supl.4, novembro 2004.

Robbins &Cotran. Ed. Guanabara Koogan – 7ª edição;

http://www.fmt.am.gov.br/manual/pneumonia.htm

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