Danni Wanderson Nobre Chagas
Ancilostomíase
A ancilostomíase é uma doença infecciosa intestinal causada por nematódeos.
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Os agentes da ancilostomíase são vermes pequenos que parasitam o duodeno e o jejuno proximal do ser humano. Eles são nematóides da família Ancylostomidae: A. duodenale e Necator americanus.
Quando as fezes de indivíduos contaminados com o ancilóstomo entram em contato com o solo, os ovos desse nematódeo encontram condições para se transformar em larva. A larva filarióide infectante quando em contato com a pele penetra ativamente. Normalmente esse contato ocorre através dos pés em pessoas que andam descalças sobre o solo contaminado, por mais de alguns minutos.
A ancilostomíase é uma doença que ocorre no mundo inteiro, sendo uma das verminoses mais prevalentes.
Observa-se uma maior freqüência dessa infecção nos países tropicais e subtropicais, principalmente, nas regiões com baixas condições socioeconômicas.
Embora possamos encontrar indivíduos assintomáticos ou oligossintomáticos, há casos em que o doente pode apresentar manifestações clinicas como um quadro gastrointestinal agudo (gastroenterite) com náuses, vômitos, diarréia, dor abdominal e flatulência, bem como um quadro expoliativo, com anemia ferropriva, hipoalbuminemia, desnutrição protéica, anasarca e eventual sídrome disabsortiva e prejuíso no desenvolvimento físico e mental das crianças.
A passagem do parasita pelo pulmão pode passar despercebida pelo hospedeiro ou manifestar-se clinicamente com tosse seca, dispnéia e discreta sibilância caracterizando a síndrome de Löeffler.
Nos locais onde houve penetração da larva filarióide pode haver erupções maculopapulares eritematosas e pruriginosas. Esse tipo de apresentação pode confundir com o diagnóstico de larva migrans.
O prurido característico da ancilostomíase associada a história de andar descalço já pode indicar fortemente o diagnóstico.
Laboratorialmente temos um diagnóstico de certeza pelo achado de ovos no exame parasitológico de fezes, através dos métodos de Lutz, Willis ou Faust. A contagem de ovos pelos métodos de Kato-Katz permiti avaliar a gravidade da infecção.
Os principais anti-helmínticos utilizados no tratamento da ancilostomíase são: Mebendazol, albendazol e o pamoato de pirantel.
O mebendazol deve ser tomado na dose de 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Esse medicamento não é recomendado para gestantes.
O tratamento deve ser realizado com todos os familiares infectados ou para todos os membros de grupos comunitários para interromper o ciclo de transmissão. O controle de cura é realizado no 7º, 14º e 21º dias após o tratamento, através de exame parasitológico de fezes.
Pode-se fazer a correção da anemia rapidamente pela administração de sulfato ferroso por via oral, na dosagem de 3 a 5mg/kg ao dia, 3 vezes ao dia, de preferência distante das refeições, durante 3 meses ou mais.
fonte: Cecil Medicina, 23ed