Colecistite Aguda

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Coleistite Aguda


É a inflamação da vesícula biliar (cole, do gr. cholé, bile; ite, do gr. îtis, designa inflamação). Pode ser aguda, crônica ou aguda superposta a crônica. Ela quase sempre ocorre em associação com cálculos biliares. Aqui iremos nos ater apenas à colecistite aguda.

Definição - A colecistite calculosa aguda é uma inflamação aguda da vesícula, precipitada 90% das vezes pela obstrução do colo ou do ducto cístico. Ela é a principal complicação dos cálculos biliares (colelitíase) e a razão mais comum para colecistectomia (remoção cirúrgica da vesícula biliar) de emergência. A colecistite acalculosa, que responde por menos de 5% dos casos, é mais comum em homens e em pacientes com sepse não-relacionada. Na colecistite aguda, a infecção pode sobrevir como complicação em 50% dos casos, mas freqüentemente não é o determinante inicial.

Patogênese – A colecistite calculosa aguda resulta da irritação química e inflamação da vesícula biliar obstruída. A obstrução provoca estase biliar, o que favorece a concentração da bile e a conseqüente liberação da fosfolipase pela mucosa da vesícula. A fosfolipase promove a transformação da lecitina (um fosfolipídio presente na constituição normal da bile) em lisolecitina, que é tóxica para o epitélio. A agressão à parede vesicular leva ao rompimento da camada de glicoproteínas da mucosa, expondo o epitélio à ação detergente direta dos sais biliares; isso desencadeia a liberação de prostaglandinas e outros mediadores da inflamação, levando ao acúmulo de líquido intraluminal. Tal fato leva a distensão, congestão e edema da vesícula. Desenvolve-se dismotilidade vesicular; a distensão e a pressão intraluminal aumentada comprometem o fluxo sangüíneo para a mucosa. A infecção bacteriana é secundária à obstrução biliar, ao invés de ser primária. No início da colecistite aguda, a bile na vesícula é estéril, mas dentro de uma semana após o início, bactérias estão presentes na bile em 50% ou mais dos casos. Embora a infecção seja secundária, ela é responsável pelas seqüelas mais graves da colecistite aguda – empiema (presença maciça de pus na luz da vesícula), gangrena e perfuração. Na colecistite acalculosa, a causa mais comum é a bile espessa – lama biliar –, que funciona como “rolha” no ducto cístico. A lama biliar costuma acompanhar pacientes em jejum prolongado ou em alimentação parenteral, eventos favorecedores de estase biliar. A lama biliar é uma bile litogênica, contendo todos os elementos necessários à nucleação de cálculos, como mucina, glicoproteínas e cálcio. Em casos raros, uma infecção bacteriana primária pode dar origem à colecistite acalculosa aguda, incluindo agentes como Salmonella typhi e Stafilococcus. Há também outras condições em que essa modalidade de colecistite aguda ocorre, as quais estão resumidas na tabela abaixo:

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