Texto de Viviane Teixeira
VACINAÇÃO
BCG
É uma vacina contra a tuberculose, produzida a partir de bacilos de Mycobacterium bovis vivos e atenuados.
• Dose única ao nascer;
• Disponível em postos públicos e clínicas privadas;
• Eventos adversos:
Reação local à vacina intradérmica, com cicatrização em torno da 12ª semana.
• Contraindicações:
• Uso de quimioterapia ou corticosteróides em dose imunossupressora
• Gravidez
• Recém-nascidos com peso inferior a 2 Kg
• Doença febril aguda
Hepatite B
É uma vacina de vírus inativado, com partículas de HBsAg produzidas por DNA recombinante.
• Doses:
• 1ª dose: Ao nascer
• 2ª dose: 1 mês
• 3ª dose: 6 meses
• Disponível em postos públicos e clínicas privadas
Em crianças que nascem com 2Kg ou menos, as doses devem ser adaptadas, de modo que a primeira seja dada logo após o nascimento, a segunda ao se completar 2kg, com idade mínima de 1 mês; a terceira, 1 mês após a segunda dose; e a quarta, 6 meses após a segunda dose.
• Eventos adversos:
- Dor local e febre baixa ( 1% a 6%)
- Reações alérgicas (raras).
• Não é necessário se reiniciar o esquema em caso de atraso.
• Contra-indicações:
• Hipersensibilidade aos seus componentes
Tríplice Bacteriana
(Difteria, Tétano e Coqueluche)
• Composição:
• Difteria e tétano: toxóide
• Coqueluche: bactéria inativada
Doses:
• 2, 4 e 6 meses
• Reforço entre 15 e 18 meses
• Reforço entre 4 e 6 anos
Poliomielite (vírus inativado)
• Doses:
• 2,4 e 6 meses
• Reforço entre 15 e 18 meses
• Reforço entre 4 e 6 anos
• Disponível somente em clínicas privadas
Menor risco de poliomielite paralítica associada à vacina quando comparada à vacina para pólio oral com vírus vivo e atenuado.
Rotavírus
• Vírus vivo atenuado.
• Eventos adversos:
• diarréia e vômitos
• Doses:
• 2 e 4 meses
• Intervalo mínimo de 4 meses entre as doses
• Disponível somente em clínicas privadas
• Via oral.
• Não deve ser administrada após os 5 meses de vida, por risco aumentado de intussuscepção.
• Contraindicações:
• imunodepressão, malformação congênita do trato digestivo, história prévia de intussuscepção, presença de doença gastrointestinal crônica.
Antipneumocócica conjugada heptavalente
• Doses:
• 2, 4 e 6 meses
• Reforço com 15 meses.
• Disponível em postos públicos e clínicas privadas
• Eventos adversos:
• dor, edema, eritemas locais e febre. Pode surgir também mialgia, cefaléia , náuseas, vômitos e astenia.
• Contraindicação:
• gravidez e reação alérgica a um dos componentes vacinais.
Antimeningocócica C conjugada
• Doses:
• 3 e 5 meses
• Reforço entre 15 e 18 meses.
• Disponível em postos públicos e clínicas privadas
• Eventos adversos:
• Dor, edema e hiperemia local, febre.
• Contraindicações:
• hipersensibilidade a algum componente vacinal.
• Em caso de doença febril aguda, deve-se postergar a vacinação.
POLIO ORAL
Indicações: Não deve sem indicada para menores de 6 semanas de idade.
- Esquema: VO, 2 gotas/dose.
Imunização primária: 3 doses, com intervalo de 2 meses entre elas + 2 doses de reforço (1ª entre 6 e 12 meses após IM-1ª e 2ª aos 5 ou 6 anos de idade).
Efeitos adversos:
- Reação de hipersensibilidade aos componentes da vacina.
- Relatos de paralisia associada à vacinação em vacinados e comunicantes.
Contra-indicações:
- Imunossuprimidos e seus comunicantes, seja qual for a causa de imunossupressão.
- Gestação.
- Crianças hospitalizadas:NÃO!
INFLUENZA: Monovalente (H1N1), Bivalente (cepas sazonais) e Trivalente
Esquema:
Crianças de 6 a 35 meses: 2 doses de 0,25mL com intervalo de 1 mês entre elas na primeira vacinação. Após a primovacinação: dose única anual.
Crianças de 3 a 9 anos: 2 doses de 0,5mL com intervalo de 1 mês entre elas na primeira vacinação. Após a primovacinação: dose única anual.
Crianças com mais de 9 anos e adultos: dose única anual de 0,5mL.
A vacina contra a Influenza deve ser aplicada a partir dos 6 meses de idade, respeitando-se a sazonalidade da doença.
Efeitos adversos:
- Eritema
- Edema
- Dor
- Enduração
- Equimose
Contra-indicações:
- Crianças menores de 6 meses de idade.
- Pessoas com relatos de reação anafilática comprovadamente associada às proteínas do ovo ou qualquer outro componente da vacina, como o tiomersal presente nas apresentações de multidose.
FEBRE AMARELA
A partir dos 9 meses de vida e repetida a cada 10 anos.
Está indicada para pessoas que habitam em áreas de risco ou pretendem para elas se deslocarem. No último caso, a imunização deve ser feita com pelo menos 10 dias de antecedência.
Efeitos adversos (raros):
- Febre
- Dor de cabeça
- Mialgia
- Reações de hipersensibilidade
- Doença viscerotrópica aguda
Contra-indicações:
- Imunodeficência congênita ou adquirida
- Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras ou outros tratamentos imunossupressores.
- Anafilaxia: proteína do ovo ou vacina.
- Idade menor que 6 meses.
- Gestação e lactação: encefalite no bebê!
HEPATITE A
Indicações:
- Crianças acima 12 meses e adultos.
- Crianças acima de 12 meses, adolescentes e adultos (até 40 anos) saudáveis e não-imunizados previamente: PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO AO VHA.
Esquema:
- 2 doses, com 6 meses de intervalo, em crianças a partir de 12 meses e adultos.
- Sem evidência de necessidade de doses de reforço.
- Em caso de atraso entre as doses, o esquema não precisa ser reiniciado.
Efeitos adversos:
Enduração, hiperemia e dor no local da aplicação
Contra-indicações:
- Histórico de reação anafilática a algum dos componentes da vacina.
TRÍPLICE VIRAL (SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA)
- Aplicação subcutânea (0,5mL) aos 12 meses, com reforço entre 4 e 6 anos, ou nas campanhas. Não há necessidade de aplicar mais de 2 doses.
Efeitos adversos:
- 7 a 10 dias: quadro catarral rinofaríngeo e exantema.
- 7 a 21 dias: artralgia ou artrite em dedos, joelhos e cotovelos.
- 10 a 21 dias: parotidite, pancreatite, orquite, ooforite.
- 14 a 21 dias: púrpura trombocitopênica.
- 11 a 35 dias: meningoencefalite.
Contra-indicações:
- Doenças febris graves.
- Imunodeficiência congênita ou adquirida.
- Neoplasias.
- TTO utilizando corticosteróides em esquema imunodepressor (adiar por 1 mês).
- Uso de imunoglobulinas, de sangue e derivados (adiar por 3 meses).
- Terapêuticas imunodepressoras (adiar por 3 meses).
VARICELA
Indicações
• A partir de 12 meses de idade para todos os suscetíveis
- Crianças com remissão de leucemia linfóide aguda há pelo menos 12 meses, apresentando no mínimo 700 linfócitos/mm³.]
- Crianças HIV+ pertencentes às categorias N, A ou B e com CD4 maior ou igual a 15%.
- Portadores de trissomias, nefropatias crônicas e asplenia anatômica ou funcional
Esquema:
Vacina Tetraviral: tríplice viral + varicela: 9meses<idade< 12 anos.
Esquema de doses alternativo:
1. O esquema não é indicado na idade preconizada:
Entre 9 e 12 meses: excepcionalmente, após exposição inadvertida a contactantes com varicela. Revacinar aos 15 meses.
2. Ocorre atraso entre as doses:
2ª dose poderá ser administrada em qualquer intervalo de tempo acima do esquema recomendado sem a necessidade de doses adicionais.
3. Como proteção pós-exposição:
Profilaxia para indivíduos imunocompetentes susceptíveis até o 5º dia após exposição.
Efeitos adversos:
- Febre
- Dor local
- Edema
- Eritema
- Exantema variceliforme
- Herpes zoster
- Encefalite
- Ataxia
- Síndrome de Stevens Johnson
Contra-indicações:
- Imunodeficência congênita ou adquirida
- Uso de corticosteróides em doses imunossupressoras ou outros tratamentos imunossupressores.
- Anafilaxia: proteína do ovo ou vacina.
- Idade menor que 6 meses.
- Gestação e lactação: encefalite!
Deve-se evitar o uso de AAS por 6 semanas após a vacina.
TRÍPLICE BACTERIANA ACELULAR DO TIPO ADULTO
É composta por dois toxóides (tetânico e diftérico) e antígenos purificados da bactéria que causa a Coqueluche (Bordetella pertussis), fazendo com que as reações à vacina sejam menos freqüentes e mais leves. Esta vacina induz raríssimos efeitos colaterais, mantendo o mesmo grau de imunização que a Tríplice comum.
Indicações:
1) Adolescentes entre 11 e 18: dose única da dTpa ao invés da dupla adulto (dT) como reforço contra tétano, difteria e coqueluche, desde que tenham completado o esquema de vacinação com DTP ou DTPa e não tenham recebido dT ou dTpa. Nos EUA, a idade preferencial para uso dessa vacina é dos 11 aos 12 anos.
2) Adolescentes que completaram a série básica com cinco doses de DTP/DTPa e que tenham recebido dT, mas não dTpa, devem receber uma dose única da dTpa para prover proteção contra coqueluche.
3) Recomenda-se um intervalo de cinco anos entre as doses de dT e dTpa para reduzir o risco de reações locais e sistêmicas.
Efeitos adversos:
- Dor local discreta
- Eritema
- Nódulos e abcessos
- Sintomas gerais (sonolência, irritabilidade, febre, vômitos)
Contra-indicações:
- Antecedente de reação alérgica de caráter anafilático à vacina ou seus componentes.
- Pessoas com antecedente de encefalopatia sem causa identificável no período de sete dias após a dose anterior de vacinas contendo componente pertussis devem receber apenas a dupla adulto (dT).
HPV
Quadrivalente: tipos 6, 11, 16, 18.
Bivalente: tipos 16 e 18.
Esquema:
3 doses com intervalos de 2 e 6 meses após a primeira, aplicadas via intramuscular.
A duração esperada da proteção após a imunização é de no mínimo cinco anos, e estudos futuros indicarão a necessidade de doses de reforço.
Indicações:
Licenciada para uso em meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade. O ideal seria que as meninas fossem vacinadas precocemente, isto é, antes do início da atividade sexual
Efeitos adversos:
Eventos adversos leves (dor local, vermelhidão, cefaléia e febre baixa) e de curta duração.
Contra-indicações
Gestantes
Fonte:
Manual de Normas de Vacinação. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001 72p.
Manual de Procedimentos para Vacinação / elaboração de Clelia Maria Sarmento de Souza Aranda et al. 4. ed. - Brasília : Ministério da Saúde : Fundação Nacional de Saúde ; 2001
Calendário Vacinal, Manual 2011/2012 - Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento de Infectologia