Texto de João Henrique Angelotto
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
Dentro do assunto de farmacocinética estuda-se assuntos referentes aos mecanismos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de fármacos. Em relação a absorção, definida pela passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma, um importante aspecto que deve sempre ser levado em consideração é a maneira como o medicamento chega a corrente sanguínea e posteriormente ao seu local de efeito, ou seja, suas vias de administração.
Existem muitos meios de se administrar um fármaco para que este tenha um efeito farmacológico eficiente, dentre eles a administração via oral. Os mais importantes estão listados abaixo e serão posteriormente discutidos.
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Os fármacos são administrados pela boca e, na sua grande parte, absorvidos no epitélio intestinal (intestino delgado). A transferência do fármaco pelos tecidos epiteliais é feita através do transporte passivo dessas moléculas pela bicamada lipídica da membrana, mas alguns fármacos ligam-se a proteínas receptoras de membrana para adentrar a célula, utilizando receptores para outras substancias. Um exemplo disso é a levodopa que se liga a receptores para o aminoácido fenilalanina, usado no tratamento para a doença de Parkinson. Alguns fatores afetam a absorção gastrintestinal, como a motilidade gastrintestinal e fatores físico-químicos a despeito de reações de combinação e inativação do fármaco ainda na luz intestinal. Isso ocorre, por exemplo, quando pacientes associam a ingestão de leite ao antibiótico tetraciclina, que se liga ao cálcio impedindo sua absorção. A administração oral possui, dentre outras vantagens, a grande facilidade em ser controlada e ser administrada, que possibilitam a automedicação. Porém, dentre suas desvantagens encontra-se a demora em ser absorvida no trato gastrointestinal e o risco de superdoses por ingestão indevida.
A absorção de fármaco diretamente da cavidade oral garante a esse processo grande rapidez de ação, sendo usualmente usado quando a substancia administrada é facilmente degradada pelo pH estomacal ou pelo fígado. A vantagem deste método é que os fármacos não sofrem metabolismo de primeira passagem, ou seja, conseguem chegar a biofase sem ser metabolizados no fígado ou nas células intestinais, diferentemente da administração oral.
Utilizada para fármacos que devem produzir um efeito local, como anti-inflamatorios usados no tratamento da colite ulcerativa, ou sistêmico. É aconselhável a pacientes em quadro emético ou incapazes de tomar medicamentos através da via oral.
Assim como a administração retal, também pode ser administrada para efeitos locais e sistêmicos. A via inalatória é usada para os anestésicos voláteis e gasosos. Fármacos que produzem seus efeitos nos pulmões podem utilizar esta via, levando-se em consideração que uma parcela deste é absorvida pelo organismo.
A injeção intravenosa é a mais segura forma de aplicação de fármacos. Geralmente produz um efeito mais rápido que outras vias, como a oral, mas deve-se atentar a efeitos de altas concentrações de substancias pela aplicação rápida do fármaco. A velocidade de absorção e distribuição do fármaco depende de fatores como o local onde foi aplicado a injeção, a difusão através do tecido e a remoção pelo fluxo sanguíneo local. Existem três tipos de injeções: subcutânea, intramuscular e intravenosa, sendo que esta possui uma maior velocidade de reação. As vantagens desta administração são a rápida difusão pelo corpo, a capacidade para aplicação de grandes volumes (até 5000ml) e o controle na aplicação. O alto risco de reações adversas, como o choque anafilático, corresponde como uma de suas desvantagens.
Bibliografia
RANG, H. P.; DALE, M. M. et Al - Farmacologia - 7a Edição