Meninges Encefálicas

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Texto de João Henrique Angelotto

MENINGES ENCEFÁLICAS


O sistema nervoso central encontra-se recoberto por membranas conjuntivas denominadas meninges, responsáveis principalmente pela proteção do tecido nervoso subjacente. As meninges são representadas pela dura-máter, pela aracnóide e pela pia-máter e podem ser classificadas em leptomeninge (pia-máter e aracnóide) e paquimeninge (dura-máter) quanto às características morfológicas. O estudo dessas estruturas fez-se importante para o aluno de Medicina pelo fato de que estas estão associadas a patologias frequentes, como infecções e tumores.


Tabela de conteúdo

Dura-Máter

Espessa, resistente e mais externa dentre as meninges, a dura-máter é formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e possui vasos e nervos. Em sua parte encefálica, divide-se em partes externa e interna, sendo que a parte externa continua-se com os ossos do crânio e, portanto, é funcionalmente considerada periósteo. Essa característica dá ao encéfalo proteção contra o crescimento inapropriado do crânio ósseo, o que poderia lesar estruturas importantes. A parte interna tem continuação com a dura-máter espinhal. O fato de o encéfalo não possuir receptores sensitivos credita à dura-máter a função sensitiva intracraninana, sendo, portanto, a sensibilidade dessa meninge responsável pela maioria das cefaléias. Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se e forma invaginações que formam cavidades e pregas que dividem o encéfalo. Algumas dessas estruturas estão também associadas a canais revestidos por endotélio que formam os seios venosos, cuja função é drenar o sangue do interior da cabeça. Estão entre esses:

Pregas da Dura-Máter

Foice do Cérebro: ocupa a fissura longitudinal do cérebro, dividindo os hemisférios cerebrais do telencéfalo.

Tenda do Cerebelo: divide a cavidade craniana em um compartimento supratentorial e outro infratentorial, projetando-se transversalmente entre os lobos occipitais e o cerebelo.

Foice do Cerebelo: septo vertical mediano que se situa abaixo da tenda, dividindo os dois hemisférios cerebelares.

Diafragma da Cela: pequena lâmina horizontal que recobre a sela turca, daixando apenas um orifício para a passagem do infundíbulo para a hipófise. É por causa do diafragma da cela que, ao removermos o encéfalo da caixa craniana em uma dissecação, a haste hipofisária se rompe e impossibilita a visualização da hipófise.

Seios Venosos da Dura-Máter

Seio Sagital Superior: percorre a margem de inserção da foice do cérebro, situando-se medianamente no crânio. Termina próximo à protuberância occipital interna, num ponto denominado confluência dos seios, que também recebe os seios transversos direito e esquerdo, o seio reto e o seio occipital.

Seio Sagital Inferior: situa-se na margem inferior e livre da foice do cérebro, terminando posteriormente no seio reto.

Seio Reto: situado na região de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo. Recebe o seio sagital inferior e a veia cerebral magna.

Seio Transverso: localiza-se ao longo da margem de inserção horizontal da tenda do cerebelo, havendo uma em cada lado da cabeça.

Seio Sigmóide: Continuação do seio transverso na fossa posterior do crânio, terminando como veia jugular interna. Possui esse nome por causa de sua forma de S. Tem função de drenar quase todo o sangue venoso da cavidade craniana.

Seio Occipital: localizado na margem de inserção da foice do cerebelo e constitui-se pequeno e irregular.

Os seios comunicam-se com o plexo venoso externo através de pequenas veias emissárias que atravessam forames ou folículos no crânio ósseo.


Aracnóide

Meninge muito delicada, a aracnóide encontra-se justaposta à dura-máter, com a qual forma o espaço subdural, um espaço virtual preenchido por uma pequena quantidade de líquido que impede que as duas membranas fundam-se. A pia-máter é separada da aracnóide pelo espaço subaracnóideo, que possui trabéculas conjuntivas (trabéculas aracnóideas) e é banhado pelo líquido cérebroespinhal (LCE). O espaço subaracnóideo no encéfalo tem continuação com a medula espinhal, constituindo uma passagem direta de LCE daquele para este. Existem ainda no encéfalo, estruturas específicas nas quais o espaço subaracnóideo é aumentado e possuem, por isso, grande quantidade de LCE. Estas estruturas são denominadas cisternas subaracnóideas e têm comunicação entre si e com a medula. Entre elas estão a cisterna pontina, a cisterna quiasmática e a cisterna interpenduncular. Em alguns pontos da aracnóide, ocorre uma invaginação dessa membrana em direção aos seios venosos da cavidade craniana, que formam as granulações aracnóideas. Sua função é drenar o LCE para o plexo venoso dos seios, promovendo a renovação deste líquido, importante para as estruturas que banha.


Pia-Máter

A pia-máter é a mais fina dentre as membranas e está intimamente associado ao tecido nervoso, acompanhando, muitas vezes o seu relevo, como nos giros e sulcos e nos caminhos das artérias que penetram o encéfalo (espaços perivasculares). A parte mais profunda em contato com o tecido recebe prolongamentos de astrócitos que formam a membrana pós-glial. Além disso, essa meninge é importante para a sustentação dos órgãos nervosos, pois estes, de certa forma, são moles e pouco resistentes.


Referências Bibliográficas MACHADO,Angelo B. M. - Neuroanatomia Funcional 2a Edição

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