Streptococcus pneumoniae

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Texto de Caio Mayrink

STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE


Estrutura e classificação

Streptococcus penumoniae são cocos Gram positivos, encapsulados, aeróbios facultativos, α-hemolícos em aerobiose e β-hemolíticos em anaerobiose. A enzima responsável por essa hemólise é a pneumolisina. Em culturas, os estreptococos apresentam-se em grupos de dois cocos ou cadeias curtas.


Patogênese

O Streptococcus pneumoniae geralmente habita a orofaringe humana sem causar nenhum agravo. Os cocos aderem ao tecido através de adesinas de superfície e impedem a neutralização por IgA através da produção de protease secretora IgA.

A bactéria produz uma citotoxina hemolítica capaz de lisar também celular epiteliais, a pneumolisina. O pneumococo fabrica ainda a enzima amidase, uma autolisina capaz de liberar fragmentos de parede celular, altamente antigênicos, pró-inflamatórios. Ocorre ativação da via clássica do complemento e produção de citocinas (IL-1 e TNF), causando intensa inflamação com infiltrado neutrofílico.

A bactéria escapa da fagocitose não apenas devido a sua cápsula pouco imunogênica, mas também devido à produção de fosfocolina na parede celular. A fosfocolina se liga a receptores para fator de ativação de plaquetas. Dessa forma, os pneumococos adentram as células sem serem fagocitados. Isso permite vencer as barreiras epiteliais, causando infecção em ambientes estéreis e bacteremia.


Complicações pneumocócicas

Vale à pena lembrar que o pneumococo não é patogênico na orofaringe. Quando ocorre alguma depleção das defesas do organismo, como paralisação do epitélio ciliado da traqueia, infecção viral precedente ou imunodeficiência, a bactéria pode alcançar nichos estéreis como pulmões, ouvido médio, seios paranasais e o sistema nervoso central, causando, respectivamente, penumonia, otite, sinusite e meningite penumocócica.


É muito comum complicação pneumocócica em paciente esplenectomizados, devido à deficiência em eliminar os microorganismos.



Fonte: Microbiologia Médica; Murray

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