Febre de Origem Indeterminada

Febre de Origem Indeterminada

Texto de Adriana Façanha

Definição

A definição clássica da Febre de Origem Indeterminada (FOI) é a descrita em 1961 por Petersdorf e Besson: “ Temperatura superior a 38,3°C por mais de três semanas, sem diagnóstico após uma semana de investigação intensa.”.

Classificação

FOI Clássica -> 3 dias/3 consultas ambulatoriais;

FOI Nosocomial -> 3 dias de internamento s/ quadro febril anterior;

FOI no Paciente Neutropênico -> <500 neutrófilos/mm³;

FOI associada ao HIV -> período superior a 4 semanas/ 3 dias de internamento;

Causas

Outras causas: Embolia Pulmonar, D. de Chron, Infecção pelo M.avis, Pneumocistose, Meningite criptocócica e Infecções fúngicas (Candida, Aspergillus).

Abordagem ao Paciente com FOI

Anamnese dirigida + Exame Físico Minucioso e Periódico + Propedêutica armada = boas chances de esclarecer a origem da febre !

Anamnese

Viagens Contato com portadores de doenças contagiosas Atividade e hábitos sexuais Contato com animais Picadas de insetos Hábitos alimentares Exposições profissionais Abuso de drogas injetáveis e álcool Medicamentos Doenças pregressas Doenças familiares

Exame Físico

Procurar por : Lesões cutâneas (exantemas, petéquias, nódulos) Lesões na orofaringe Seios paranasais Dentes Visceromegalias Linfadenomegalias Massas abdominais ou pélvicas Sopros cardíacos

Examinar sempre: Fundo de olho, boca, dentes, região anal e reto.

Fazer a curva térmica.

Exames Complementares

Rastreamento Inicial: Hemograma Completo / Hematoscopia Hemocultura (3 amostras no 1º dia e 1 nos dois dias seguintes) VHS FA Bilirrubina Eletroforese de Proteínas Parasitológico de Fezes FAN

Sorologias antiestreptolisina O (ASLO) (febre reumática) fator reumatóide VDRL, FTA-abs (sífilis) imunofluorescência e ELISA para Trypanosoma cruzi pesquisa de anti-VEB (mononucleose infecciosa) anticorpos antitoxoplasma (IgM e IgG) reações de aglutinação anti-Brucella e anti-Salmonella typhi sorologia para calazar anticorpos anti-CMV anti-HIV anti-VHB (anti-HBsAg, IgG e IgM anti-HBC) proteína C-reativa (PCR) quantitativa Testes cutâneos PPD Biópsias Hepática,Medula óssea

Exames de Imagem Radiografias são pouco úteis, exceto as de dentes e seios da face. US e TC são os mais úteis ! Exames contrastados são usados com cautela.

Bibliografia

LAMBERTUCCI, J. Roberto et al. FEVER OF UNDETERMINED ORIGIN IN PATIENTS WITH THE ACQUIRED IMMUNODEFICIENCY SYNDROME IN BRAZIL: REPORT ON 55 CASES. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, Jan 1999, vol.41, no.1, p.27-32. ISSN 0036-4665

Petersdorf RG, Beeson PB. Fever of unexplained origin: report on 100 cases. Medicine (Baltimore) 1961;40:1-30.

Roth AR, Basello GM. Approach to the adult patient

with fever of unknown origin. Am Fam Physician 2003;68:2223-28.

Lambertucci JR, Avila RE, Voieta I. Fever of unknown origin in adults. Rev Soc Bras Med Trop 2005;38:507-13.

Semiologia Clínica.Isabela M. Benseñor- Edição única