Texto de Caio Mayrink
FISIOLOGIA DA EREÇÃO
Ereção é o enrijecimento do órgão sexual masculino, fundamental para a realização do ato sexual. Tal enrijecimento deve-se ao aumento do influxo de sangue para o interior dos corpos cavernosos por relaxamento do músculo trabecular e dilatação de arteríolas penianas.
O processo de ereção consiste num complexo envolvimento entre estímulos psicogênicos, funções neurológicas iniciais (desejo sexual), estímulo autonômico, influxo arterial peniano adequado e anatomia do órgão sexual masculino funcional.
O estímulo sexual, seja estímulo sensorial diretamente no pênis ou estímulo psicogênico (desejo e excitação), controla a inervação simpática e parassimpática do pênis. O impulso parassimpático provoca a dilatação do músculo liso das artérias helicinais penianas e, consequentemente, dilatação dessas arteríolas. O influxo arterial para as estruturas eréteis aumenta extraordinariamente e ocorre a ereção.
Outro evento fundamental para ereção e sua manutenção é o bom funcionamento do mecanismo veno-oclusivo. Com a expansão dos corpos cavernosos, as vênulas sub-túnicas são comprimidas contra a túnica albugínea, dificultando a drenagem sanguínea, aprisionando líquido e, dessa forma, permitindo a tumescência e a rigidez necessárias para a ereção.
Estudos recentes apontam um neurotransmissor não-adrenérgico/ não-colinérgico responsável pelo relaxamento da musculatura lisa trabecular, o óxido nítrico (NO). Tal substância estimula receptores ligados a proteínas G, ativando a enzima guanilato ciclase. A ação dessa enzima aumenta os níveis citoplasmáticos de GMP cíclico - um segundo mensageiro celular - das células musculares lisas. Consequentemente há a ativação de uma cadeia de fosforilação intracelular responsável pelo relaxamento da fibra muscular. Com a musculatura lisa relaxada, há dilatação das artérias helicinais, aumento do influxo de sangue para o pênis e compressão das vênulas contra a túnica albugínea, culminando em uma ereção suficientemente rígida.