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O médico deve ficar bastante atento a grupos de pacientes mais susceptíveis ao aparecimento de febre, como os diabéticos,os idosos, os HIV positivos, os usuários de drogas imunossupressoras (corticoides, quimioterápicos). | O médico deve ficar bastante atento a grupos de pacientes mais susceptíveis ao aparecimento de febre, como os diabéticos,os idosos, os HIV positivos, os usuários de drogas imunossupressoras (corticoides, quimioterápicos). | ||
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Febre
Texto de Adriana Façanha
A febre é definida como verificação da temperatura corporal(axilar) em níveis superiores a 36ºC e 37,5°. A temperatura pode ser aferida pela axila, pelas mucosas oral e retal e por cateteres inseridos em artérias.
Normalmente, ocorrem variações da temperatura corporal ao longo do dia – pico no fim da tarde e temperaturas menores nas primeiras horas da manhã. Nas mulheres é usual a temperatura corporal alcançar níveis mais altos nos dias que antecedem a ovulação e também durante a gestação. A temperatura corporal muda inclusive com a idade da pessoa avaliada. Tal avaliação pode ser imediata ou de caráter evolutivo, por isso a aferição da temperatura é tão importante no dia-a-dia da clínica médica.
Entendemos que a temperatura corporal é regulada pelo hipotálamo, que responde aos termossensores centrais e periféricos com o aumento/diminuição do tônus vasomotor, da sudorese e da respiração. Com o objetivo de regular a temperatura corporal vale até modificar o comportamento do indivíduo, que busca mudanças de ambiente que possibilitem a perda ou o ganho de calor corporal. A febre, então, é um sinal marcador de morbidade, que nos indica que houve um reajuste do controle hipotalâmico fino exercido sobre a temperatura do corpo.
Esse reajuste nada mais é que uma resposta do hipotálamo ao estímulo pirogênico, dado por substâncias pirógenas endógenas( interleucinas, fator de necrose tumoral, interferon) e exógenas(partículas de microorganismos, endotoxina bacteriana). Existe uma forte associação entre a síntese de pirógenos endógenos e a presença prévia dos pirógenos exógenos, daí a associação forte que existe em ver o paciente febril e se pensar em infecção.
São causas de febre: Infecções: virais, bacterianas, micobacterianas, fungos, protozoários, helmintos. Neoplasias: linfomas,leucemias, CA de pulmão, de rim. Colagenoses: LES, AR; Doenças Metabólicas Trauma
São padrões de febre: Persistente: valores elevados, constantemente. Remitente: acentuação do ritmo circadiano de variação da temperatura corporal. Intermitente: diminuição dos valores sem que se atinjam valores normais. Alternada: alterância de períodos afebris com picos febris .(ex.: malária).
A febre, assim como a anemia, NÃO PODE SER considerada um DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO, mas sim SINDRÔMICO, haja vista fazer parte de um largo espectro de doenças.Para elucidar a origem da febre, uma boa anamnese na maioria das vezes resolve o problema do médico e do paciente. Pode-se traçar um perfil epidemiológico sugestivo de algumas causas de febre sabendo: sexo do paciente, informações de contato recente com pessoas febris/doentes, uso de medicamento (esporádico ou não), contato com animais, transfusões sanguineas.
Ao exame clínico o médico poderá identificar mais uma série de achados que corroboram determinadas hipóteses diagnósticas já traçadas por ele ao fim da anamnese. Achado de adenomegalias, organomegalias, anemia, exantema/enantema, artrite, astenia, ruídos adventícios na ausculta pulmonar, sopro cardíaco recente. O médico deve ficar bastante atento a grupos de pacientes mais susceptíveis ao aparecimento de febre, como os diabéticos,os idosos, os HIV positivos, os usuários de drogas imunossupressoras (corticoides, quimioterápicos).
Bibliografia: Isabela M. Benseñor - Exame Clínico. Anotações em sala de aula.