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- | O hemograma de uma leucemia aguda é caracterizado pela presença de anemia e plaquetopenia (trombocitopenia), com a leucometria total de diferencial variável. A anemia é um achado praticamente universal e normalmente varia de moderada a grave, sendo normocítica e normocrômica e sem reticulocitose. A hemoglobina geralmente fica na faixa de 5-9g/dL. A leucocitose é um achado comum, embora alguns casos abram com leucopenia. Quase sempre são encontrados blastos no sangue periférico e podem ser contados no hemograma, mas há casos em que eles só são encontrados na medula óssea (5% - Leucemia aleucêmica) | + | O hemograma de uma leucemia aguda é caracterizado pela presença de anemia e plaquetopenia (trombocitopenia), com a leucometria total de diferencial variável. A anemia é um achado praticamente universal e normalmente varia de moderada a grave, sendo normocítica e normocrômica e sem reticulocitose. A hemoglobina geralmente fica na faixa de 5-9g/dL. A leucocitose é um achado comum, embora alguns casos abram com leucopenia. Quase sempre são encontrados blastos no sangue periférico e podem ser contados no hemograma, mas há casos em que eles só são encontrados na medula óssea (5% - Leucemia aleucêmica). |
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+ | Fonte: Medcurso de Hematologia, anotações no caderno e aula.'' |
texto de Fernando Klein
Tabela de conteúdo |
Leucemia mieloide aguda (LMA), também conhecida como leucemia mielogênica aguda, é um câncer da linhagem mielóide, que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas - os blastos - que não amadurecem, não desempenham sua função e ainda se acumulam na medula óssea, interferindo na produção normal de outras células sanguíneas.
A leucemia mieloide aguda (LMA) é a leucemia mais comum, afetando uma faixa etária bastante ampla. Sua incidência começa a se elevar a partir dos 15 anos e tende a aumentar progressivamente com a idade. Um adulto com leucemia aguda provavelmente tem LMA. Na criança, com menos de 12 anos de idade, a LLA é mais comum (90% dos casos). A LMA tem ligeira preferência pelo sexo masculino.
Os fatores de risco para a doença são: exposição à radiação inonizante, contato com benzeno, inseticidas organofosforados e alguns tipos de alterações cromossômicas como Síndrome de Down.
A evolução dos sintomas pode ser aguda ou sub-aguda (semanas), embora metade dos pacientes apresente queixas nos últimos três meses. A tríade da leucemia é caracterizada por (1) astenia, (2) hemorragia e (3) febre. Todos esses sintomas são devidos à insuficiência hematopoiética medular, causada pelo infiltrado de blastos. A astenia é o principal componente da síndrome anêmica. Esses pacientes normalmente evoluem para uma anemia moderada a grave de instalação rápida. Outros comprometimentos da síndrome anêmica podem estar presentes: fadiga, dispnéia, cefaléia e tontura postural. O sangramento reflete a plaquetopenia grave que esses pacientes desenvolvem. Pode haver manifestação de sangramentos mucosos ou cutâneos. A febre pode ser decorrente de dois mecanismos: (1) por causa da neutropenia ou disfunção neutrofílica (mais comum), (2) febre neoplásica, conseqüente a proliferação clonal. Outros sinais e sintomas são decorrentes de infiltração leucêmicas de órgãos ou tecidos e incluem: hepatoesplenomegalia (não tão proeminente como na LMC), linfadenopatia, dor óssea (mais comum na LLA), hiperplasia gengival, leukemia cútis e cloroma. Quando a leucometria alcança valores muito elevados (>100.000/mm3), acarretando hiperleucocitose, a síndrome da leucostase pode se instalar, acarretando aumento da viscosidade sanguínea e sintomas neurológicos, pulmonares e geniturinários.
O hemograma de uma leucemia aguda é caracterizado pela presença de anemia e plaquetopenia (trombocitopenia), com a leucometria total de diferencial variável. A anemia é um achado praticamente universal e normalmente varia de moderada a grave, sendo normocítica e normocrômica e sem reticulocitose. A hemoglobina geralmente fica na faixa de 5-9g/dL. A leucocitose é um achado comum, embora alguns casos abram com leucopenia. Quase sempre são encontrados blastos no sangue periférico e podem ser contados no hemograma, mas há casos em que eles só são encontrados na medula óssea (5% - Leucemia aleucêmica).
Passos para o Diagnóstico:
1.Hemograma → presença de blastos
2.Mielograma → infiltração medular
3.Imunofenotipagem (citometria de fluxo) → definir linhagem
4.Citogenética (cariótipo, FISH) → definir prognóstico
5.Biologia Molecular → definir resposta
O tratamento da LMA é direcionado às complicações (suporte) e a terapia específica da LMA. O tratamento de suporte inclui o cuidado com todas as complicações da doença (neutropenia febril, plaquetopenia, anemia, CIVD, síndrome da lise tumoral e leucostase). Já a terapia específica da LMA é divida em duas partes (indução de remissão e terapia pós-remissão) e deve ser feita com quimioterapia de alto poder mielotóxico, para que possa destruir completamente os clones metastáticos. O transplante alogênico de células hematopoiéticas é um importante item da terapia, sendo a única chance de cura de alguns pacientes.
Existem alguns fatores que determinam pior prognóstico na LMA. São eles:
- Idade > 60 anos - ‘Status performance’ ruim - Hiperleucocitose - Citopenias no hemograma há mais de um mês - LMA pós-agentes citotóxicos - LMA pós-mielodisplasia - Doença extramedular (ex: cloroma) - Leucemia bifenotípica - Subtipos “da ponta” (M0, M1, M6, M7) - Catiótipos Del(5q) ou (7q) ou envolvendo 11(q23), MLL - Mutação do gene FL3 - Marcador CD34 positivo - Fenótipo MDR-1
Fonte: Medcurso de Hematologia, anotações no caderno e aula.