Farmacologia da Insuficiência Cardíaca

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(Diferença entre revisões)
(Bárbara Ximenes Braz, Bárbara Braz, insuficiência cardíaca, digitálicos, digoxina, bipiridinas, diuréticos, inibidores da eca, Bloqueadores do Receptor Angiotensina, BRA, vasodilatadores)
(Bárbara Ximenes Braz, Bárbara Braz, insuficiência cardíaca, digitálicos, digoxina, bipiridinas, diuréticos, inibidores da eca, Bloqueadores do Receptor Angiotensina, BRA, vasodilatadores)
 

Edição atual tal como 15h57min de 28 de Abril de 2012

Texto de Bárbara Ximenes Braz

Tabela de conteúdo

Digitálicos

São os glicosídios cardíacos e têm como exemplo a Digoxina.

Têm absorção endovenosa de 65 a 80% e excreção de 66%.

Efeitos

Mecânicos

Inibem a bomba de Na+/K+/ATPase, aumentando a concentração de sódio intracelular, o que causa menor expulsão de cálcio pelo permutador Na+-Ca+2. Tal sequência aumenta a concentração de cálcio livre, aumentando também a contração muscular.

Elétricos

O aumento do cálcio intracelular causa as PDTs (pós-despolarizações tardias).

Pode gerar taquicardia auto-sustentada, que leva a fibrilação e arritmias.

A faixa inferior da dose causa efeitos parassimpaticomiméticos, enquanto níveis tóxicos causam fluxo simpático.

Têm como efeitos ritmo juncional atrioventricular, despolarizações ventriculares prematuras, ritmo bigeminial, bloqueio atrioventricular de 2º grau e arritmias.

Outros órgãos

Trato gastrointestinal – pode causar anorexia, náuseas, vômitos e diarréia.

Sistema Nervoso Central – estimula o nervo vago e os quimiorreceptores.

Interações

A associação com hipocalemia causa aumento da ação da Digoxina, devido à menor competição pelo sítio de ligação. Já a associação com hipercalemia causa diminuição da ação do fármaco e de seus efeitos tóxicos, pois evita a automaticidade anormal.

A associação com hipercalcemia causa aumento da toxicidade do fármaco, podendo gerar arritmias, e a associação com excesso de Magnésio têm efeito oposto ao desta.

Uso Clínico

Utilizado na Insuficiência Cardíaca Congestiva, em fibrilações atriais (causa diminuição da freqüência ventricular), em caso de coração dilatado e em 3ª bulha.

Com ritmo sinusal normal, causa melhora dos sintomas e redução do tamanho do coração, da freqüência cardíaca aos esforços, da pressão venosa e do edema.

NÃO TÊM EFEITO SOBRE A MORTALIDADE!

Contra indicações

É contra-indicado na síndrome de Wolff-Parkinson-White.

Intoxicação

Fazer cateter com marca-passo e anticorpos anti-digitálicos.

Não fazer cardioversão em arritmias, exceto fibrilação ventricular.


Bipiridinas

Aumentam o fluxo interno de cálcio, causando aumento da contratilidade.

Inibem a fosfodiesterase 3, causando aumento do AMP cíclico, o que gera aumento da contratilidade e vasodilatação.

Efeitos tóxicos: náuseas e vômitos, arritmias, trombocitopenias e mudança nas enzimas hepáticas.


Beta-1-Agonista: Dobutamina

Aumenta o débito cardíaco e a pressão de enchimento ventricular.

Causa taquicardia e aumento do consumo miocárdico de oxigênio.

A Dopamina causa aumento da pressão arterial.


Diuréticos

Causam diminuição da pressão venosa e da pré-carga, e diminuição do edema e do tamanho cardíaco.

A Espironolactona é um antagonista da Aldosterona e poupador de potássio, diminuindo a mortalidade do uso de inibidores da ECA.

Na insuficiência cardíaca branda, são indicados os diuréticos tiazídicos. Com a evolução da IC, é recomendada a furosemida, diurético de alça, que causa perda de sódio e potássio.


Inibidores da ECA

Exemplos: Captopril, Benazepril, Enalapril.

Causam diminuição da resistência periférica, com diminuição da pós-carga, e diminuição da quantidade de Aldosterona, com diminuição da pré-carga.

Diminuem a atividade simpática por diminuição da Angiotensina, e causam diminuição da remodelagem cardíaca por retardo da dilatação ventricular.

São utilizados em pacientes com disfunção ventricular esquerda, sem edema.

iECA + DIURÉTICOS = 1ª LINHA PARA IC CRÔNICA!


Bloqueadores do Receptor AT1 de Angiotensina II

Exemplos: Losartana, Valsartana.

Utilizada em pacientes intolerantes a iECA, geralmente devido à tosse causada por esses fármacos.

Possuem efeitos hemodinâmicos semelhantes aos iECA.


Vasodilatadores

Diminuem a pré-carga por venodilatação e a pós-carga por dilatação arteriolar.

Nesitirida: PNC sintético. Causa diminuição do GMP cíclico do músculo liso, causando diminuição do tônus venoso. Causa diurese.

Inibidores da ECA: vasodilatadores não-seletivos.

Nitratos: venodilatadores. Diminuem a pressão de enchimento e a congestão pulmonar.

Hidralazina: dilatador arteriolar. Causa aumento do débito cardíaco.


OBS: em pacientes negros, a combinação Hidralazina + Dinitrato de Isossorbida causa diminuição da mortalidade.


Beta-Bloqueadores

Diminuem efeitos adversos das altas concentrações de catecolaminas, como a apoptose. Causam regulação para cima dos receptores beta, diminuição da freqüência cardíaca e diminuição da remodelagem cardíaca.

Bisoprolol, Carvedilol e Metoprolol causam diminuição da mortalidade. Diminuem um pouco a fração de ejeção, diminuem a freqüência cardíaca e os sintomas.


Bloqueadores do Canal de Cálcio

Não desempenham papel no tratamento da Insuficiência Cardíaca, podendo piorar o quadro.


Fonte: Farmacologia Básica e Clínica – Katzung – 10ª. Edição – Lange.

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