Doença de Hirschsprung

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Edição atual tal como 00h18min de 2 de Agosto de 2011

Texto de Daniel Machado

Doença de Hirschsprung


Tabela de conteúdo

Definição

Tal distúrbio também é denominado de megacólon aganglionar, ocorrendo devido à ausência de neurônios (gânglios) entéricos na porção distal do cólon e do reto, permanecendo o segmento afetado contraído.

Etiofisiopatologia

Ocorre quando a migração normal das células da crista neural do ceco para o reto é interrompida prematuramente ou quando as células do gânglio sofrem morte prematura. Isso produz um segmento intestinal que não apresenta a submucosa de Meissner e o plexo mesentérico de Auerbach (“aganglionose”). As contrações peristálticas coordenadas estão ausentes e ocorre obstrução funcional, resultando em dilatação próxima ao segmento afetado. A doença de Hirschsprung é um distúrbio genético heterogêneo – alguns pacientes têm uma forma autossômica dominante da doença com mutações no gene RET; muitos têm a forma autossômica recessiva, com mutação no gene do receptor de endotelina B.

Epidemiologia

Ocorre em aproximadamente 1 de 5000 nascidos vivos. Ela pode ser isolada ou ocorrer em combinação com outras anormalidades do desenvolvimento; 10% de todos os casos ocorrem em crianças com síndrome de Down, e anormalidades neurológicas graves estão presentes nos outros 5%. Ocorre mais frequentemente em homens e costuma ser familiar.

Manifestações clínicas

Os pacientes costumam apresentar a doença ao nascimento, frequentemente não sendo capazes de passar o mecônio no período pós-natal imediato. Em seguida, ocorre a constipação obstrutiva embora nos casos em que somente poucos centímetros do reto estão envolvidos possa haver a passagem ocasional das fezes. Tais lactentes afetados possuem distensão abdominal maciça, ausência de defecação e nutrição comprometida devido à obstrução crônica do cólon. Em alguns indivíduos com sinais e sintomas menos graves, a doença não é diagnosticada até o início da vida adulta. As principais ameaças à vida são a enterocolite, os desequilíbrios de fluidos e eletrólitos, a perfuração e a peritonite.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado com biopsia cirúrgica de toda a espessura sob anestesia e demonstração da ausência de células ganglionares no segmento doente. Na maioria dos pacientes o segmento aganglionar está localizado no cólon retossigmóide.

Tratamento

O tratamento de escolha é um procedimento de exteriorização no qual o cólon com invervação normal é anastomosado à porção distal do reto logo acima do esfíncter interno, desviando o segmento aganglionar e restaurando a defecação normal.


  • Referências bibliográficas:
Harrison Medicina Interna - 17a edição
Patologia estrutural e funcional - Robbins 8a edição
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