Doença de Kawasaki

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2) Salicilatos em doses anti-inflamatórias (100mg/kg/dia) até o 14 dia de doença ou até três dias após o desaparecimento da febre
2) Salicilatos em doses anti-inflamatórias (100mg/kg/dia) até o 14 dia de doença ou até três dias após o desaparecimento da febre
3) Terapia trombolítica (com estreptoquinase) tem sido utilizada em pacientes com trombose coronariana ou isquemia arterial periférica.
3) Terapia trombolítica (com estreptoquinase) tem sido utilizada em pacientes com trombose coronariana ou isquemia arterial periférica.
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==Bibliografia==
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- HARRISON - MEDICINA INTERNA - 17ª Edição
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- Cecil Medicine, 23ª Ed., tradução autorizada do inglês da edição publicada por Saunders

Edição atual tal como 20h28min de 7 de Agosto de 2012

Tabela de conteúdo

Doença de Kawasaki

Texto de Daniel Machado do Amaral Luana Silva Bessa Guimarães

Definição e Epidemiologia

Doença de Kawasaki é uma vasculite, caracterizada pela inflamaçao vascular generalizada com acometimento predominantemente médias artérias, principalmente de artérias coronárias podendo desenvolver dilatação aneurismática, trombose e estenose com quadros de infarto e morte súbita. Crianças < 5 anos são as mais acometidas(80% dos casos), com ligeiro predomínio entre meninos. É rara antes de 3 meses, o que pode estar associado a um possível papel protetor dos anticorpos maternos. A doença apresenta maior frequência entre as crianças asiáticas.


Etipatogenia

O agente etiológico é desconhecido, mas as hipóteses mais aceitas falam a favor de uma natureza infecciosa. Acredita-se que um agente ubíquo, que provocaria uma resposta imune anormal em pessoas geneticamente predispostas, embora o agente não tenha sido ainda identificado. O processo de inflamação vascular acomete as três camadas-íntima, média e externa; verificam-se anormalidades como edema, infiltração de células inflamatórias e depósitos de imunoglobulinas, principalmente a IgA nas camadas celulares. A consequente perda da integridade estrutural do vaso resulta em sua dilatação com formação de aneurismas fusiformes ou saculares. Com a lesão intimal e o alentecimento do fluxo sanguíneo, podem formar-se trombos intraluminais. O processo de cicatrização subsequente, por sua vez, conduz ao desenvolvimento de uma estenose da parede da artéria.

Manifestações Clínicas

1) Febre alta e remitente (>5 dias)95-99%; 2) Conjuntivite bilateral não purulenta (congestão e hiperemia)88%; 3) Alterações periorais: língua em framboesa, hiperemia, ressecamento e fissuras labiais- 90%; 4) Exantema polimorfo sem vesículas ou bolhas, seguido de descamação laminar- 92%; 5) Alterações de extremidades: eritema palmo-plantar, edema de mãos e pés- 88-94%. 6) Linfadenopatia cervical unilateral não supurado- 50-75%.

O diagnóstico da DK clássica é aquele no qual se encontram a febre, com duração igual ou superior a 5 dias, mais 4 dos outros cinco critérios: conjuntivite, exantema, alterações da cavidade oral, alterações de mãos e pés e linfadenopatia cervical não supurada. Um desafio médico para o estabelecimento de diagnóstico e de terapêutica é o Kawasaki atípico, ou seja, crianças que apresentam febre por cinco dias ou mais, porém preenchem menos que quatro dos cinco demais sinais. O envolvimento cardíaco é a manifestação mais importante da doença de Kawasaki. Na fase aguda, podemos encontrar miocardite em 50% dos casos. Pode ser encontrado também comprometimento endocárdico (regurgitação valvar) e pericárdico (derrame pericárdico pequeno). Na fase subaguda da doença, cerca de 2 a 3 semanas após o início podemos ver a formação dos aneurismas de coronárias, que se formam em até 20-25% das crianças não tratadas. A fase aguda da DK dura em média 1 a 2 semanas, período caracterizado pela febre, miocardite e outros sinais clínicos. A fase subaguda é aquela em que a febre começa a diminuir de intensidade, persistindo a irritabilidade, anorexia e conjuntivite. Também nesse momento, se inicia a descamação periungueal, trombocitose e desenvolvimento dos aneurismas. Dura em média de 2 a 4 semanas. Na fase de convalescença não são mais vistos quaisquer sinais e sintomas, mas a velocidade de hemossedimentação e a proteína C reativa ainda permanecem elevadas. Dura de 6 a 8 semanas, até que finalmente há normalização laboratorial. Pode haver acometimento cardíaco: miocardite, aneurismas de coronárias.

Diagnóstico

Diagnóstico é clínico e se baseia na presença obrigatoriamente de febre somados a cinco dos seis principais sinais, o que caracteriza a forma clássica da doença. A DK atípica é caracterizada pela presença de febre por um tempo igual ou superior a 5 dias associada a 2-3 critérios na presença de PCR > 3mg/dL e/ou VHS > 40mm. O ECO é um exame obrigatório.

Diagnósticos diferencias

Devem ser lembrados principalmente se levantada a hipótese de doença de Kawasaki atípica. - Sarampo - Adenovírus - Farmacodermia - Síndrome do choque tóxico estafilocócico - Faringite estreptocócica/ Escarlatina - Atrite reumatóide juvenil

Exames complementares

- Eritrograma: anemia normocítica e normocrômica - Leucograma: na fase aguda leucocitose com desvio para a esquerda para a esquerda, podendo alcançar 20000/mm3 - Plaquetas: trombocitose com pico na terceira semana - Velocidade de hemossedimentação: aumenta em quase 100% - Proteína C reativa - Exames do aparelho cardiovascular: ecocardiograma (obrigatório) e angiografia, se necessário - Outros exames laboratoriais: piúria estéril, elevação discreta de transaminases e leucocitose liquórica

Tratamento

O tratamento baseia-se: 1) Imunoglobulina intravenosa(2g/kg de peso em dose única, em infusão contínua por 12 horas), devendo ser iniciada na fase febril para melhores resultados. 2) Salicilatos em doses anti-inflamatórias (100mg/kg/dia) até o 14 dia de doença ou até três dias após o desaparecimento da febre 3) Terapia trombolítica (com estreptoquinase) tem sido utilizada em pacientes com trombose coronariana ou isquemia arterial periférica.

Bibliografia

- HARRISON - MEDICINA INTERNA - 17ª Edição
- Cecil Medicine, 23ª Ed., tradução autorizada do inglês da edição publicada por Saunders
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