Leucemia Mielóide Aguda

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- Idade > 60 anos
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- ‘Status performance’ ruim
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- Hiperleucocitose
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- Citopenias no hemograma há mais de um mês
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- LMA pós-agentes citotóxicos
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- LMA pós-mielodisplasia
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- Doença extramedular (ex: cloroma)
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- Leucemia bifenotípica
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- Subtipos “da ponta” (M0, M1, M6, M7)
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- Catiótipos Del(5q) ou (7q) ou envolvendo 11(q23), MLL
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- Mutação do gene FL3
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- Marcador CD34 positivo
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- Fenótipo MDR-1
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Edição atual tal como 19h20min de 27 de Setembro de 2011

texto de Fernando Klein


Tabela de conteúdo

Leucemia Mieloide Aguda

Definição

Leucemia mieloide aguda (LMA), também conhecida como leucemia mielogênica aguda, é um câncer da linhagem mielóide, que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas - os blastos - que não amadurecem, não desempenham sua função e ainda se acumulam na medula óssea, interferindo na produção normal de outras células sanguíneas.

Epidemiologia

A leucemia mieloide aguda (LMA) é a leucemia mais comum, afetando uma faixa etária bastante ampla. Sua incidência começa a se elevar a partir dos 15 anos e tende a aumentar progressivamente com a idade. Um adulto com leucemia aguda provavelmente tem LMA. Na criança, com menos de 12 anos de idade, a LLA é mais comum (90% dos casos). A LMA tem ligeira preferência pelo sexo masculino.

Fatores de Risco

Os fatores de risco para a doença são: exposição à radiação inonizante, contato com benzeno, inseticidas organofosforados e alguns tipos de alterações cromossômicas como Síndrome de Down.

Manifestações Clínicas

A evolução dos sintomas pode ser aguda ou sub-aguda (semanas), embora metade dos pacientes apresente queixas nos últimos três meses. A tríade da leucemia é caracterizada por (1) astenia, (2) hemorragia e (3) febre. Todos esses sintomas são devidos à insuficiência hematopoiética medular, causada pelo infiltrado de blastos. A astenia é o principal componente da síndrome anêmica. Esses pacientes normalmente evoluem para uma anemia moderada a grave de instalação rápida. Outros comprometimentos da síndrome anêmica podem estar presentes: fadiga, dispnéia, cefaléia e tontura postural. O sangramento reflete a plaquetopenia grave que esses pacientes desenvolvem. Pode haver manifestação de sangramentos mucosos ou cutâneos. A febre pode ser decorrente de dois mecanismos: (1) por causa da neutropenia ou disfunção neutrofílica (mais comum), (2) febre neoplásica, conseqüente a proliferação clonal. Outros sinais e sintomas são decorrentes de infiltração leucêmicas de órgãos ou tecidos e incluem: hepatoesplenomegalia (não tão proeminente como na LMC), linfadenopatia, dor óssea (mais comum na LLA), hiperplasia gengival, leukemia cútis e cloroma. Quando a leucometria alcança valores muito elevados (>100.000/mm3), acarretando hiperleucocitose, a síndrome da leucostase pode se instalar, acarretando aumento da viscosidade sanguínea e sintomas neurológicos, pulmonares e geniturinários.

Achados Laboratoriais

O hemograma de uma leucemia aguda é caracterizado pela presença de anemia e plaquetopenia (trombocitopenia), com a leucometria total de diferencial variável. A anemia é um achado praticamente universal e normalmente varia de moderada a grave, sendo normocítica e normocrômica e sem reticulocitose. A hemoglobina geralmente fica na faixa de 5-9g/dL. A leucocitose é um achado comum, embora alguns casos abram com leucopenia. Quase sempre são encontrados blastos no sangue periférico e podem ser contados no hemograma, mas há casos em que eles só são encontrados na medula óssea (5% - Leucemia aleucêmica).

Diagnóstico

Passos para o Diagnóstico:

1.Hemograma → presença de blastos

2.Mielograma → infiltração medular

3.Imunofenotipagem (citometria de fluxo) → definir linhagem

4.Citogenética (cariótipo, FISH) → definir prognóstico

5.Biologia Molecular → definir resposta

Tratamento

O tratamento da LMA é direcionado às complicações (suporte) e a terapia específica da LMA. O tratamento de suporte inclui o cuidado com todas as complicações da doença (neutropenia febril, plaquetopenia, anemia, CIVD, síndrome da lise tumoral e leucostase). Já a terapia específica da LMA é divida em duas partes (indução de remissão e terapia pós-remissão) e deve ser feita com quimioterapia de alto poder mielotóxico, para que possa destruir completamente os clones metastáticos. O transplante alogênico de células hematopoiéticas é um importante item da terapia, sendo a única chance de cura de alguns pacientes.

Prognóstico

Existem alguns fatores que determinam pior prognóstico na LMA. São eles:

- Idade > 60 anos

- ‘Status performance’ ruim

- Hiperleucocitose

- Citopenias no hemograma há mais de um mês

- LMA pós-agentes citotóxicos

- LMA pós-mielodisplasia

- Doença extramedular (ex: cloroma)

- Leucemia bifenotípica

- Subtipos “da ponta” (M0, M1, M6, M7)

- Catiótipos Del(5q) ou (7q) ou envolvendo 11(q23), MLL

- Mutação do gene FL3

- Marcador CD34 positivo

- Fenótipo MDR-1


Fonte: Medcurso de Hematologia, anotações no caderno e aula.

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