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Texto de Everton Rodrigues
Arterite de células gigantes
Tabela de conteúdo |
A arterite de células gigantes, também chamada de arterite temporal ou arterite craniana, é uma *vasculite de artérias de grande e médio calibres, que acomete predominantemente os ramos extracranianos da artéria carótida, particularmente a artéria temporal. Essa doença constitui a principal vasculite que afeta a população geriátrica, sendo a principal causa de febre de origem indeterminada nos idosos.
Ocorre quase que exclusivamente em indivíduos com mais de 50 anos. É mais comum em mulheres que em homens (2:1), e é rara em indivíduos negros.
Pacientes com arterite de células gigantes, como aqueles portadores de qualquer outra vasculite sistêmica, apresentam sintomas constitucionais (febre, perda ponderal, fadiga, anorexia, mialgia, artralgia, sudorese), que são decorrentes da liberação de citocinas inflamatórias. Além disso, esses pacientes apresentam cefaléia em região temporal, unilateral (decorrente do acometimento da artéria temporal), claudicação de mandíbula (por afetar a artéria mandibular), hipersensibilidade do escalpo, e alterações visuais (pelo comprometimento das artérias oftálmicas e/ou ciliares posteriores; ocorrem particularmente em pacientes não tratados), como redução da acuidade visual e amaurose fugaz (trata-se de uma neuropatia óptica isquêmica), havendo até mesmo perda visual completa, indolor e irreversível. Em alguns casos, a doença se manifesta de forma atípica, como através de acidentes vasculares encefálicos, infartos do miocárdio e de órgãos viscerais, e claudicação das extremidades. Ao exame físico, pode haver espessamento e redução do pulso nas artérias temporais e occipitais. É comum, particularmente em pacientes do sexo masculino, a associação da arterite de células gigantes com outra doença, a polimialgia reumática, que se caracteriza por rigidez, desconforto e dor nos músculos do pescoço, ombros, parte inferior das costas, quadris e coxas. A polimialgia reumática ocorre mais comumente de forma isolada, mas pode ser vista em 40 a 50% dos pacientes com arterite de células gigantes. Essa forte associação clínica, juntamente com dados de estudos fisiopatológicos, tem apoiado de modo crescente o conceito de que arterite de células gigantes e polimialgia reumática representam espectros clínicos diferentes de um mesmo processo mórbido.
O VHS encontra-se elevado em quase todos os casos de arterite de células gigante, e é um importante indicador de atividade da doença. Outro achado laboratorial característico é a presença de anemia normocrômica ou levemente hipocrômica.
O diagnóstico de arterite de células gigantes pode ser sugerido pelo quadro clínico (febre, anemia, VHS elevada), com ou sem sintomas de polimialgia reumática em paciente com mais de 50 anos. O diagnóstico é confirmado pela biópsia da artéria temporal. A ultra-sonografia da artéria temporal tem sido útil ao diagnóstico.
A resposta clínica e laboratorial (redução do VHS) ao corticóide é dramática (ocorre dentro de, no máximo, 72 horas). A prednisona deve ser iniciada na dose de 40 a 60 mg/dia durante cerca de um mês, seguindo-se uma redução gradual. Nos casos em que houver suspeita diagnóstica de arterite de células gigantes associada a alteração visual, o tratamento deve ser prontamente instituído, mesmo antes da confirmação histopatológica.
Bibliografia: HARRISON - MEDICINA INTERNA - 17ª Edição
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/756-Einstein%20Suplemento%20v6n1%20pS55-63.pdf