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'''Escoliose''' | '''Escoliose''' | ||
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+ | == Definição == | ||
Trata-se de uma sinuosidade – curvatura – da coluna vertebral que foge aos parâmetros normais. Constitui uma condição clínica de natureza multifatorial, sendo algumas vezes a única manifestação de patologia subjacente e, portanto, pista inicial para uma investigação clínica mais aprofundada. | Trata-se de uma sinuosidade – curvatura – da coluna vertebral que foge aos parâmetros normais. Constitui uma condição clínica de natureza multifatorial, sendo algumas vezes a única manifestação de patologia subjacente e, portanto, pista inicial para uma investigação clínica mais aprofundada. | ||
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- | + | == Anatomia == | |
+ | Para bem compreender no que consiste a escoliose, vale ressaltar que a coluna vertebral não permanece completamente reta em toda a sua extensão. | ||
- | + | No plano sagital, encontra-se naturalmente lordose cérvico-lombar e hiperextensão/cifose dorsal; e contrapartida, no frontal, a estrutura apresenta-se mais retificada, sendo admitidos fisiológicos apenas desvios discretos (aproximadamente ± 10º). | |
- | + | A escoliose em si compreende uma série de alterações na coluna vertebral, como desvios laterais; rotações vertebrais; hiperextensão/cifose lombar e diminuição da hiperextensão/cifose dorsal ou da lordose lombar. Podem ser evidenciadas isolada ou conjuntamente. | |
- | + | == Epidemiologia == | |
+ | Atinge em média 4-5% dos escolares, sobretudo os de 12-14 anos; a maioria apresenta distúrbios leves. A detecção e o tratamento precoces, de modo a se evitar sua progressão. | ||
+ | == Classificação == | ||
+ | A escoliose, condição cujo diagnóstico se faz basicamente através de critérios clínico-radiológicos, pode ser classificada segundo alguns aspectos: altura de localização na coluna vertebral (leva em conta a vértebra-ápice), lateralidade do desvio, etiologia e quantidade de curvas (na curvatura principal). | ||
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+ | === LOCALIZAÇÃO === | ||
+ | • CERVICAL: C1-C6 | ||
+ | • CÉRVICO-DORSAL: C7-T1 | ||
+ | • DORSAL: T2-T12 | ||
+ | • DORSO-LOMBAR: T12-L1 | ||
+ | • LOMBAR: L2-L4 | ||
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+ | === LATERALIDADE === | ||
+ | • DIREITA | ||
+ | • ESQUERDA | ||
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+ | === ETIOLOGIA === | ||
+ | • IDIOPÁTICA (65-80%) | ||
+ | • MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS | ||
+ | • NEUROMUSCULARES (PARALÍTICAS) | ||
+ | • OUTRAS CAUSAS | ||
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+ | === QUANTIDADE DE CURVAS === | ||
+ | • CURVA PRINCIPAL – SIMPLES | ||
+ | • CURVA PRINCIPAL – DUPLA | ||
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+ | == Diagnóstico == | ||
+ | A detecção precoce se faz através da inspeção clínica, sendo úteis também alternativas como o escoliômetro e o método topográfico de Moiré. Observam-se os seguintes sinais: | ||
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+ | Desnível dos ombros | ||
+ | Assimetria das escápulas, cristas ilíacas, ext.inferiores | ||
+ | Teste de Adams ( + ) | ||
+ | Gibosidade dorsal ou lombar | ||
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+ | Na história clínica, devem ser pesquisados antecedentes pessoais e familiares, idade (atual/detecção; puberdade). No exame físico, há necessidade da realização de uma avaliação completa, com atenção especial à neurológica. A presença de ‘manchas café-com-leite’ na pele fala a favor de neurofibromatose. | ||
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+ | == Avaliação Clínica == | ||
+ | As gibas podem ser avaliadas com auxílio do inclinômetro. A partir do Raio-X, incidência ântero-posterior, pode-se diagnosticar quanto ao tipo de desvio, localização, lateralidade, quantidade de curvas;, aplicar método de Cobb e avaliar a maturação óssea. | ||
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+ | O Raio-X em perfil (também o em perfil forçado e a ressonância magnética da coluna vertebral também consistem em ferramentas úteis. | ||
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+ | == Escoliose Idiopática == | ||
+ | A escoliose idiopática – subtipo mais freqüente – pode advir de uma predisposição hereditária, mas se reconhece sua patogenia principalmente como multifatorial. Hipóteses explicativas associam a participação de fatores como o hormônio do crescimento (GH), a melatonina (funcionamento da glândula pineal), a propriocepção, dentre outros. | ||
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+ | === Prognóstico === | ||
Para a escoliose idiopática se apontam fatores prognósticos de progressão: sexo, maturidade óssea, valor angular, tipo, localização e rotação vertebral. | Para a escoliose idiopática se apontam fatores prognósticos de progressão: sexo, maturidade óssea, valor angular, tipo, localização e rotação vertebral. | ||
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INFANTIL (0-3 anos) | INFANTIL (0-3 anos) | ||
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Topografia torácica esquerda | Topografia torácica esquerda | ||
- | Bibliografia Actitud diagnóstico-terapéutica antes una escoliosis; E. Enríquez. M.ª C. Sabaté, M. Sabaté, J.M. Abreu; Servicio de Rehabilitación. Hospital Universitario de Canarias. Tenerife. BSCP Can Ped 2001; 25- nº 3. | + | === Tratamento === |
+ | O tratamento da escoliose idiopática pode ser conservador ou cirúrgico. | ||
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+ | O primeiro tipo destina-se à desaceleração da progressão da escoliose, compreende a abordagem funcional e a utilização de órtese. A funcional trata-se de correção da postura, tração, cinesioterapia (natação, etc); geralmente é feito como coadjuvante ao uso do colete (órtese). O emprego de órtese corresponde ao tratamento conservador de maior eficácia, é indicado para curvas maiores que 20º acompanhadas de risco de progressão (indica-se o uso da órtese por 23h/dia); a duração dessa intervenção é bastante variável, dependendo da evolução de cada caso. | ||
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+ | O tratamento cirúrgico é sugerido para curvas maiores que 45-50º, preferencialmente ao final do período de maturação óssea. | ||
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+ | Bibliografia | ||
+ | Actitud diagnóstico-terapéutica antes una escoliosis; E. Enríquez. M.ª C. Sabaté, M. Sabaté, J.M. Abreu; Servicio de Rehabilitación. Hospital Universitario de Canarias. Tenerife. BSCP Can Ped 2001; 25- nº 3. |
Texto de Thyago Araújo
Escoliose
Tabela de conteúdo |
Trata-se de uma sinuosidade – curvatura – da coluna vertebral que foge aos parâmetros normais. Constitui uma condição clínica de natureza multifatorial, sendo algumas vezes a única manifestação de patologia subjacente e, portanto, pista inicial para uma investigação clínica mais aprofundada.
Para bem compreender no que consiste a escoliose, vale ressaltar que a coluna vertebral não permanece completamente reta em toda a sua extensão.
No plano sagital, encontra-se naturalmente lordose cérvico-lombar e hiperextensão/cifose dorsal; e contrapartida, no frontal, a estrutura apresenta-se mais retificada, sendo admitidos fisiológicos apenas desvios discretos (aproximadamente ± 10º).
A escoliose em si compreende uma série de alterações na coluna vertebral, como desvios laterais; rotações vertebrais; hiperextensão/cifose lombar e diminuição da hiperextensão/cifose dorsal ou da lordose lombar. Podem ser evidenciadas isolada ou conjuntamente.
Atinge em média 4-5% dos escolares, sobretudo os de 12-14 anos; a maioria apresenta distúrbios leves. A detecção e o tratamento precoces, de modo a se evitar sua progressão.
A escoliose, condição cujo diagnóstico se faz basicamente através de critérios clínico-radiológicos, pode ser classificada segundo alguns aspectos: altura de localização na coluna vertebral (leva em conta a vértebra-ápice), lateralidade do desvio, etiologia e quantidade de curvas (na curvatura principal).
• CERVICAL: C1-C6 • CÉRVICO-DORSAL: C7-T1 • DORSAL: T2-T12 • DORSO-LOMBAR: T12-L1 • LOMBAR: L2-L4
• DIREITA • ESQUERDA
• IDIOPÁTICA (65-80%) • MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS • NEUROMUSCULARES (PARALÍTICAS) • OUTRAS CAUSAS
• CURVA PRINCIPAL – SIMPLES • CURVA PRINCIPAL – DUPLA
A detecção precoce se faz através da inspeção clínica, sendo úteis também alternativas como o escoliômetro e o método topográfico de Moiré. Observam-se os seguintes sinais:
Desnível dos ombros Assimetria das escápulas, cristas ilíacas, ext.inferiores Teste de Adams ( + ) Gibosidade dorsal ou lombar
Na história clínica, devem ser pesquisados antecedentes pessoais e familiares, idade (atual/detecção; puberdade). No exame físico, há necessidade da realização de uma avaliação completa, com atenção especial à neurológica. A presença de ‘manchas café-com-leite’ na pele fala a favor de neurofibromatose.
As gibas podem ser avaliadas com auxílio do inclinômetro. A partir do Raio-X, incidência ântero-posterior, pode-se diagnosticar quanto ao tipo de desvio, localização, lateralidade, quantidade de curvas;, aplicar método de Cobb e avaliar a maturação óssea.
O Raio-X em perfil (também o em perfil forçado e a ressonância magnética da coluna vertebral também consistem em ferramentas úteis.
A escoliose idiopática – subtipo mais freqüente – pode advir de uma predisposição hereditária, mas se reconhece sua patogenia principalmente como multifatorial. Hipóteses explicativas associam a participação de fatores como o hormônio do crescimento (GH), a melatonina (funcionamento da glândula pineal), a propriocepção, dentre outros.
Para a escoliose idiopática se apontam fatores prognósticos de progressão: sexo, maturidade óssea, valor angular, tipo, localização e rotação vertebral.
INFANTIL (0-3 anos)
20º Maior maturidade óssea Topografia torácica
ADOLESCÊNCIA (> 10 anos)
Sexo feminino Ausência de menarca Curva dupla Idade precoce Maior maturidade óssea
JUVENIL (3-10 anos)
30º Dorso plano Topografia torácica esquerda
O tratamento da escoliose idiopática pode ser conservador ou cirúrgico.
O primeiro tipo destina-se à desaceleração da progressão da escoliose, compreende a abordagem funcional e a utilização de órtese. A funcional trata-se de correção da postura, tração, cinesioterapia (natação, etc); geralmente é feito como coadjuvante ao uso do colete (órtese). O emprego de órtese corresponde ao tratamento conservador de maior eficácia, é indicado para curvas maiores que 20º acompanhadas de risco de progressão (indica-se o uso da órtese por 23h/dia); a duração dessa intervenção é bastante variável, dependendo da evolução de cada caso.
O tratamento cirúrgico é sugerido para curvas maiores que 45-50º, preferencialmente ao final do período de maturação óssea.
Bibliografia Actitud diagnóstico-terapéutica antes una escoliosis; E. Enríquez. M.ª C. Sabaté, M. Sabaté, J.M. Abreu; Servicio de Rehabilitación. Hospital Universitario de Canarias. Tenerife. BSCP Can Ped 2001; 25- nº 3.