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Um paciente com choque do tipo hipodinâmico irá/poderá apresentar: palidez cutânea, sudorese, pele fria, cianose, fraqueza muscular, oligúria (devido à diminuição da perfusão renal), pulso fino e de difícil palpação (já que tanto a pressão sistólica quanto a diastólica diminuem, mas o aumento na resistência vascular periférica tende a elevar parcialmente a diastólica; assim, essas pressões possuem valores próximos, o que dificulta a palpação do pulso). Já pacientes com um choque hiperdinâmico apresentam: extremidades quentes e coradas (devido à vasodilatação), pulso facilmente perceptível, diferença entre as pressões sistólica e diastólica (pressão de pulso) aumentada. | Um paciente com choque do tipo hipodinâmico irá/poderá apresentar: palidez cutânea, sudorese, pele fria, cianose, fraqueza muscular, oligúria (devido à diminuição da perfusão renal), pulso fino e de difícil palpação (já que tanto a pressão sistólica quanto a diastólica diminuem, mas o aumento na resistência vascular periférica tende a elevar parcialmente a diastólica; assim, essas pressões possuem valores próximos, o que dificulta a palpação do pulso). Já pacientes com um choque hiperdinâmico apresentam: extremidades quentes e coradas (devido à vasodilatação), pulso facilmente perceptível, diferença entre as pressões sistólica e diastólica (pressão de pulso) aumentada. | ||
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+ | Robbins & Cotran, Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8 edição. | ||
+ | Harrison's, Principles of Internal Medicine, 17 edition. |
Texto de Everton Rodrigues
Choque é uma situação patológica caracterizada por uma hipoperfusão (baixo suprimento sangüíneo) tecidual aguda, persistente e sistêmica. Esse baixo fornecimento de sangue aos tecidos leva à hipóxia, à acidose e à disfunção orgânica.
Para compreendermos melhor em que situações ele pode ocorrer, devemos lembrar que há três componentes básicos da circulação: a volemia (volume sangüíneo circulante), a bomba cardíaca e os vasos sangüíneos. Estes devem manter um tônus vascular adequado, isto é, um estado de semicontração permanente, pois caso a luz do vaso fosse muito larga, não haveria pressão alta o suficiente para fazer o sangue circular; e caso a luz seja fosse muito estreita, haveria uma grande resistência à circulação, o que sobrecarregaria a bomba cardíaca. Assim, para se ter uma circulação sangüínea adequada faz-se necessário: uma volemia suficiente, uma boa bomba cardíaca e um tônus vascular eficiente.
O choque pode advir de alterações em um ou mais dos componentes acima. O choque hipovolêmico, por exemplo, como o próprio nome sugere, decorre de uma redução (aguda) da volemia (acima de 1/3 da volemia normal), podendo ocorrer pela perda de sangue (hemorragias – choque hemorrágico), pela perda de plasma (por exemplo, em queimaduras extensas ou dermatites esfoliativas) ou pela perda de água e eletrólitos (diarréia, vômitos, poliúria). O choque cardiogênico advém de uma falência da bomba cardíaca. Já aqueles que ocorrem em virtude de alteração do tônus vascular são chamados de choques por insuficiência funcional vascular, podendo essa insuficiência ser do tipo vasoplégica (ocorre vasodilatação; exemplos são o choque anafilático e o choque séptico causado por bactérias Gram-positivas) ou do tipo constritiva (choque séptico por bactérias Gram-negativas).
A classificação do choque baseia-se no evento desencadeante inicial e tem uma finalidade estritamente didática, pois a maioria dos quadros de choque mostra mais de componente em sua evolução. Tradicionalmente, o choque pode ser dividido em quatro categorias:
Existe também uma classificação que divide os choques em hipodinâmicos (correspondem aos choques hipovolêmico, cardiogênico eobstrutivo) – reduzem a perfusão tecidual em grande parte do tecido corporal – e hiperdinâmicos (correspondem aos choques séptico e anafilático).
Veja abaixo uma tabela que destaca importantes parâmetros nos diversos tipos de choque.
Tipo de choque | DC | RVP | PCP | PVC | SvO2 |
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Hipovolêmico | Baixo | Alta | Baixa | Baixa | Baixa |
Cardiogênico | Baixo | Alta | Alta | Alta | Baixa |
Obstrutivo | Baixo | Alta | Baixa | Alta | Baixa |
Distributivo | Alto | Baixa | Alta/normal/baixa | Alta/normal/baixa | Alta |
DC = débito cardíaco; RVP = resistência vascular periférica; PCP = pressão capilar pulmonar; PVC = pressão venosa central; SvO2 = saturação venosa central de oxigênio.
Um paciente com choque do tipo hipodinâmico irá/poderá apresentar: palidez cutânea, sudorese, pele fria, cianose, fraqueza muscular, oligúria (devido à diminuição da perfusão renal), pulso fino e de difícil palpação (já que tanto a pressão sistólica quanto a diastólica diminuem, mas o aumento na resistência vascular periférica tende a elevar parcialmente a diastólica; assim, essas pressões possuem valores próximos, o que dificulta a palpação do pulso). Já pacientes com um choque hiperdinâmico apresentam: extremidades quentes e coradas (devido à vasodilatação), pulso facilmente perceptível, diferença entre as pressões sistólica e diastólica (pressão de pulso) aumentada.
FONTES
Robbins & Cotran, Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8 edição. Harrison's, Principles of Internal Medicine, 17 edition.