Fístula anal

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É necessário lembrar que as fístulas anais podem, com freqüência, apresentar recidivas.
É necessário lembrar que as fístulas anais podem, com freqüência, apresentar recidivas.
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''fonte: Oliveira, Lúcia de. Faecal Incontinence; JBG, J. bras. gastroenterol., Rio de Janero, v.6,n.1, p.35-37, jan/mar 2006''

Edição atual tal como 14h49min de 7 de Agosto de 2012

Texto de Lucas Araujo

FÍSTULA ANAL


Tabela de conteúdo

Introdução

As fístulas anorretais são processos supurativos crônicos caracterizados por um trajeto anormal comunicando a porção anorretal com a região perineal ou tecidos e órgãos vizinhos. Elas apresentam um orifício interno (geralmente correspondente à cripta da glândula anal), trajeto e orifício(s) externo(s). A prevalência dessa afecção é ligeiramente maior nos homens (1,8:1).

Classificação

A classificação das fístulas baseia-se na anatomia do seu trajeto:

Interesfincteriana

Trajeto entre os enfincteres interno e externo do ânus. Este é o tipo mais comum de fístula anal.

Transesficteriana

Trajeto passa por dentro (ela perfura) dos esfíncteres interno e externo.

Supra-esfincteriana

Esse tipo de fístula é resultante de um abscesso acima do músculo elevador do ânus

Extra-esfincteriana

Seu trajeto se faz completamente externo aos esfíncteres. São as mais raras e de difícil tratamento

Existe uma regra que nos auxilia na localização do orifício interno da fístula no canal anal. Primeiro dividirmos o ânus através de uma linha transversal passando pelo seu ponto médio em anterior e posterior. As fístulas que apresentam seu orifício externo na parte anterior geralmente apresentam um trajeto em linha reta ate o canal anal. No caso de o orifício da fístula se apresentam na metade posterior, o trajeto tenderia a ser mais curvilíneo, terminando na linha média da parede posterior do canal anal. Esta é a chamada regra de Goodsall.

Manifestações clínicas

O paciente se apresenta com eliminação periódica de secreção purulenta pelo orifício externo da fístula, que acaba por manchar a roupa, além de dor. No caso de este estar obstruído, forma-se um abscesso, sendo comum nessas ocasiões a ocorrência de febre.

Diagnóstico

Exame físico é indispensável. Nele podemos, através da inspeção, verificar a presença dos orifícios externos perianais, sob a forma de granulomas ou fibrose. É possível, ainda, detectar pela palpação um cordão endurecido, que representa o trajeto fistuloso superficial. Para identificar o trajeto podemos ainda introduzir um estilete no orifício externo da fístula. Já o orifício interno pode ser identificado pela anoscopia e retoscopia. Outros métodos auxiliares são a ultrassonografia anorretal e a ressonância magnética.

Tratamento

Dentre as principais possibilidades de abordagem das fístulas anais destacam-se:

Fistulotomia

Nesse processo, abre-se o trajeto da fístula, deixa-se a ferida cicatrizar, introduz-se um fio de seda ou um elástico de borracha no trajeto e amarra-se os esfíncteres. Isso produz uma reação fibrótica que fixa os músculos esfincterianos nesse local. Posteriormente, secciona-se o trajeto fistuloso. Dessa maneira, evitamos a principal complicação da fístula anal: a incontinência fecal.

Avanço de retalho anorretal

Constrói-se um retalho mucoso e muscular de base larga após se identificar o orifício interno e traciona-se o ápice em direção ao canal anal, ressecando o orifício. Logo após, o retalho e suturado, de modo a cobrir o local do orifício.

Fistulectomia

Não é mais utilizado, pois cria feridas extensas e aumenta o risco de incontinência fecal

Cola de fibrina

Com esse método, estimula-se o crescimento de fibroblastos e células epiteliais pluripotentes na fístula, ocluindo-a. Tem a vantagem de não ser um método invasivo e poder ser repetido várias vezes.

Plug anal

Apresenta eficiência superior a cola de fibrina. Nesta técnica utiliza-se células da submucosa intestinal suína.

É necessário lembrar que as fístulas anais podem, com freqüência, apresentar recidivas.

fonte: Oliveira, Lúcia de. Faecal Incontinence; JBG, J. bras. gastroenterol., Rio de Janero, v.6,n.1, p.35-37, jan/mar 2006

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