Colite Pseudomembranosa

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Nos casos em que há: sinais de [[peritonite]], bacteremia refrataria a antibioticoterapia, febre e leucocitose progressivas com calafrios, evidencias tomográficas de inflamação pericolônica significativa com edema progressivo das alças colônicas, há indicação cirúrgica (colectomia subtotal com ileostomia e posterior anastomose ileorretal).
Nos casos em que há: sinais de [[peritonite]], bacteremia refrataria a antibioticoterapia, febre e leucocitose progressivas com calafrios, evidencias tomográficas de inflamação pericolônica significativa com edema progressivo das alças colônicas, há indicação cirúrgica (colectomia subtotal com ileostomia e posterior anastomose ileorretal).
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FONTE: Harrison - Medicina Interna, 17 edição

Edição atual tal como 19h13min de 28 de Junho de 2012

Texto de Luana Silva Bessa Guimarães

Tabela de conteúdo

Definição

Processo inflamatório induzido por toxinas bacterianas e caracterizado pelo desenvolvimento de placas exsudativas aderidas à superfície da mucosa colônica inflamada.

Normalmente é causada pelas toxinas do Clostridium difficile, um comensal normal do intestino, e costuma ocorrer após antibioticoterapia de amplo espectro. Os principais antibióticos relacionados a essa patologia são ampicilina, clindamicina e cefalosporinas.

A CPM decorre da elaboração das toxinas A e B durante multiplicação exagerada do C. difficile, devido a um desequilíbrio da microbiota intestinal normal.

Os principais fatores de risco são uso de múltiplos antibióticos, cirurgia gastrintestinal previa, alimentação com sonda enteral, exposição a companheiro de quarto portador, idosos e baixos títulos de anticorpos antitoxina.

Manifestações Clínicas

Devemos suspeitar de colite pseudomembranosa em todo paciente que manifeste os sintomas característicos dentro de um período de 6 semanas após o uso de antibióticos. Existem sete formas clínicas possíveis de apresentação da colite associada ao Clostridium difficile.

Portadores Assintomáticos

Dois terços dos pacientes infectados permanecem assintomáticos, provavelmente devido a altos níveis protetores de IgG contra a toxina A.

Diarréia sem colite

Presença de leve diarréia, associada a cólicas discretas. Febre, leucocitose e desidratação leves ou ausentes. As toxinas são encontradas nas fezes do paciente, mas a retossigmoidoscopia é normal.

A descontinuação do esquema de antibioticoterapia é suficiente para cessar o quadro.

É necessário diferenciar essa forma de infecção da diarréia osmótica antibiótico-induzida, decorrente da alteração da microbiota colônica.

Colite sem Pseudomembrana

Manifestações sistêmicas mais graves como astenia, cólicas aliviadas pelas evacuações, hiporexia, diarréia aquosa profusa e desidratação. Há febre baixa e leucocitose. A retossigmoidoscopia mostra eritema difuso ou em placas.

Colite com Pseudomembrana

Mesmas características clínicas descritas acima. A retossigmoidoscopia mostra a pseudomembrana. Em um subgrupo de pacientes, as pseudomembranas só podem ser visualizadas pela colonoscopia.

Colite Fulminante

Paciente apresenta febre, calafrios, desidratação, distensão abdominal com íleo prolongado e, eventualmente, megacolon tóxico e perfuração. Há intensa leucocitose e acidose metabólica. A diarréia pode estar ausente. A presença de pseudomembranas na retossigmoidoscopia, nesses casos, é patognomônico de colite pseudomembranosa.

Colite Pseudomembranosa com Enteropatia Perdedora de Proteínas

Normalmente não há diarréia grave, mas apresenta diarréia intermitente por 1 a 4 semanas, febre baixa, dor abdominal e hiporexia. Essa manifestação é caracterizada por hipoalbuminemia, ascite e edema periférico. É bem responsiva a antibioticoterapia correta.

Infecção Recorrente

Entre 15 a 20% dos portadores de colite pseudomembranosa recidivam após a interrupção do tratamento com antibiótico. Acredita-se que essa manifestação é devido a uma deficiência de resposta imune humoral.

Diagnóstico

O primeiro exame a ser solicitado após a suspeita clínica é a endoscopia digestiva baixa para confirmar a existência de colite. O achado de pseudomembranas não confirma o diagnóstico, pois, apesar de ser bastante sugestivo, esse sinal pode estar presente em outras formas de colite (como a colite isquêmica e colites bacterianas necrosantes).

O diagnostico deve ser confirmado pela demonstração da toxina do C. difficile nas fezes.

Tratamento

A conduta terapêutica inicial, se possível, é a suspensão do esquema antibioticoterápico, as diarréias leves sem sinais de colite extensa costumam ser autolimitadas e cedem espontaneamente após a retirada do medicamento. Pode-se utilizar a colestiramina, uma resina que se liga à toxina eliminando-a.

Em casos de colite clinicamente graves, deve-se iniciar antibioticoterapia contra o C. difficile, como a vancomicina e o metronidazol.

Em recidivas, no intuito de auxiliar o restabelecimento do equilíbrio da microbiota colônica, pode-se administrar compostos com lactobacilos vivos.

Nos casos em que há: sinais de peritonite, bacteremia refrataria a antibioticoterapia, febre e leucocitose progressivas com calafrios, evidencias tomográficas de inflamação pericolônica significativa com edema progressivo das alças colônicas, há indicação cirúrgica (colectomia subtotal com ileostomia e posterior anastomose ileorretal).


FONTE: Harrison - Medicina Interna, 17 edição

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