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+ | *Radiografia simples do abdome | ||
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+ | '''Diarréia Crônica''' | ||
+ | *Protoparasitológico | ||
+ | - Para pesquisa de ovos leves e pesados, assim como presença de larvas. | ||
+ | *Coprocultura | ||
+ | *Retossigmoidoscopia/biópsia | ||
+ | *Enema opaco | ||
+ | *Colonoscopia | ||
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+ | Fontes: Bensenor, Isabela M.; Martins, Milton de Arruda; Atta, José Antonio/SARVIER - Semiologia Clínica | ||
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+ | Harrison- Medicina Interna/MC GRAW HILL - 17ª Ed. 2009 |
Texto de Danni Wanderson
Diarréia
O termo diarréia pode ser definido como a eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, fenômeno que geralmente vem acompanhado do aumento do número de evacuações diárias e do aumento da massa fecal diária (acima de 200mg/dia). Ela ocorre quando o balanço entre absorção e secreção de fluidos pelos intestinos (delgado e/ou cólon) está prejudicada, por redução da absorção e/ou aumento da secreção.
Tabela de conteúdo |
A diarréia pode ser classificada quanto ao tempo de duração em: 1- Diarreia aguda (até 2 semanas) 2- Diarreia protraída ou persistente (entre 2-4 semanas) 3- Diarreia crónica (> 4 semanas)
É relevante também diferenciar se a diarréia é de origem "alta"(proveniente do intestino delgado) ou "baixa"(oriunda do cólon).As diarréias de grande volume, sem muco, pus ou sangue, sem tenesmo e com restos alimentares caracterizam a diarréia alta enquanto diarréias de pequena quantidade, com a presença de muco, pus ou sangue, tenesmo, sem restos alimentares, devem ser caracterizadas como baixa.
Uma das mais importantes classificações se baseia no mecanismo fisiopatológico, sendo dividida em 5 grupos:
1) Diarreia osmótica: Existe alguma substância osmoticamente ativa e nãoabsorvível (ex.: sorbitol, lactulose, lactose na deficiênciade lactase etc).
2) Diarreia secretória não-invasiva: Algum fator, geralmente uma toxina ou alguma substância neuro-hormonal, está estimulando fortemente a secreção do epitélio intestinal.
3) Esteatorréia (síndrome disabsortiva): Acompanha a má-absorção de lipídios e sempre tem origem no intestino delgado. O mecanismo da diarreia inclui o mecanismo osmótico (má-absorção de nutrientes osmoticamente ativos). Vale ressaltar que nem toda a esteatorréia (aumento da eliminação fecal de gordura) cursa com diarreia...
4) Diarreia invasiva ou inflamatória: Decorrente da liberação de citoquinas e mediadores inflamatórios na mucosa intestinal (enterite, colite ou êntero-colite). O marco deste tipo de diarreia é a presença de muco, pus ou sangue nas fezes e pode ser chamada de disenteria. Pode ser infecciosa ou não-infecciosa (ex.: doença inflamatória intestinal).
5) Diarreia funcional: Causada pela hipermotilidade intestinal. Os principais exemplos são a síndrome do intestino irritável (pseudo-diarréia) e a diarreia diabética (neuropatia autonômica).
As doenças diarréicas podem ser agrupadas em várias categorias gerais.
INFECCIOSAS
* vírus o rotavírus o citomegalovírus (CMV) o adenovírus o ecovírus o vírus HIV (veja doença por HIV)
* bactérias o Shigella o Salmonella o cólera o E. coli o Staphylococcus aureus
* parasitas o Giardia lamblia o Cryptosporidium parvum o Balantidium coli o ocasionalmente infestação por lombriga (ascaríase) ou solitária (cestodíase)
* fungos o Candida albicans (em indivíduos imunodeprimidos)
TÓXICAS: Com freqüência, são chamadas de "intoxicação alimentar". As toxinas podem ser produzidas em alimentos, à medida que as bactérias crescem. Essas toxinas são responsáveis pelos vômitos e diarréia associados. A toxina mais comum é uma enterotoxina, produzida por Staphylococcus sp.
MÁ ABSORÇÃO
* intolerância à lactose * doença celíaca (espru) ou má absorção do glúten. * fibrose cística * má absorção de dissacarídeos * intolerância à proteína do leite de vaca.
Existem outras causas menos freqüentes de má absorção.
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO
* doença de Crohn * colite ulcerativa
IMUNODEFICIÊNCIA
* imunodeficiência combinada grave * hipogamaglobulinemia * pan-hipogamaglobulinemia (Bruton) * doença granulomatosa crônica * deficiência de IgA
MEDICAMENTOS
* antibióticos * quimioterapia
CERTOS TRATAMENTOS
* gastrectomia * gastroenterostomia * radioterapia com doses elevadas
OUTROS
* síndrome de Zollinger-Ellison * neuropatia anatômica (neuropatia diabética)
O diagnóstico de diarréia não apresenta, em geral, dificuldades: o próprio paciente o firma corretamente. Ao médico caberá:
1. confirmar o diagnóstico, certificando-se de que a diarréia relatada é real, e não apenas a passagem freqüente de fezes formadas;
2. avaliar a gravidade, com atenção para:
- volume das perdas;
- estado de hidratação;
- presença de febre;
- presença de hematoquesia ( sangue nas fezes);
- presença e características de dor abdominal;
- envolvimento simultâneo de outros órgãos ou sistemas;
3. esclarecer se o comprometimento é de segmentos distais (evacuações são muito freqüentes, com sangue vivo, urgência ou tenesmo) ou proximais (evacuações em pequeno número, volumosas) do tubo digestivo;
4. obter evidência sobre a etiopatogenia (infecciosa, por toxina pré-formada, iatrogênica, etc).
Diarréia Aguda
Pesquisa de leucócitos; Parasitas/ovos; cultura; Pesquisa da toxina do Clostridium difficile.
Hemograma Completo; Eletrólitos; Uréia/Creatinina; Hemocultura.
Diarréia Crônica
- Para pesquisa de ovos leves e pesados, assim como presença de larvas.
Fontes: Bensenor, Isabela M.; Martins, Milton de Arruda; Atta, José Antonio/SARVIER - Semiologia Clínica
Harrison- Medicina Interna/MC GRAW HILL - 17ª Ed. 2009